Potencial do aguapé como fonte de energia renovável será discutido em conferência
O aguapé, planta exótica que provoca grandes danos a ecossistemas aquáticos, vem se revelando uma alternativa promissora para geração de energia renovável. Pesquisas sobre o bio-óleo produzido com base na planta serão tema de conferência virtual que o pesquisador Paulo Renato dos Santos, que atua na área de energia e sustentabilidade, vai ministrar nesta quarta-feira, 18 de maio de 2022, a partir das 19h.
A atividade integra a programação do Ciclo Avaliação de Ecoeficiência e Sustentabilidade Aplicada a Projetos (Aesap), iniciativa de extensão mantida pelo Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Escola de Engenharia da UFMG. A conferência será transmitida pela plataforma Microsoft Teams, e as inscrições devem ser feitas por meio de formulário específico.
“As reservas de combustíveis fósseis sofreram esgotamento significativo devido ao aumento da demanda de energia", comenta Paulo Renato dos Santos, que é vinculado ao Instituto Senai de Inovação em Biomassa em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Com isso, a busca de fontes de geração de alternativas para energia renovável tornou-se foco de vários estudos científicos.
Nesse cenário, o aguapé (Eichhornia crassipes) emerge como potencial fonte de geração de biocombustíveis. “Essa planta é uma macrófita aquática flutuante livre que não compete com outras culturas alimentares e está amplamente disponível no ambiente", afirma Paulo Renato.
O estudo conduzido pelo Instituto Senai de Inovação em Biomassa submete a Eichhornia crassipes a uma série de etapas químicas de decomposição para convertê-la em bio-óleo. Segundo o pesquisador, o bio-óleo obtido pode ser usado diretamente como combustível em motores a diesel ou ser processado e dar origem a produtos de maior valor agregado.
O ciclo Aesap
O Ciclo Aberto Aesap é uma iniciativa nascida na disciplina Avaliação de ecoeficiência e sustentabilidade aplicada a projetos, do Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Escola de Engenharia. Seu objetivo é oferecer espaço de comunicação entre a academia e a sociedade para tratar de ferramentas de avaliação da sustentabilidade em processos, produtos e serviços.
Segundo o professor Eduardo Coutinho de Paula, vinculado ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da UFMG e coordenador do projeto, “a sustentabilidade não pode ser vista de forma banal como marketing verde”. O professor defende ainda que iniciativas em favor da sustentabilidade precisam ser apresentadas para viabilizar projetos e analisar criticamente estudos prévios. "No amplo contexto da sustentabilidade, a aplicação de indicadores e índices deve auxiliar a tomada de decisões nos mais diversos projetos em cenários e condições de crescentes incertezas e complexidades", afirma o professor.
Os vídeos das edições anteriores do evento estão disponíveis no canal do Ciclo Aesap no YouTube.