O Conservatório UFMG recebe nesta sexta-feira, 6 de maio de 2022, a partir das 20h, um dos principais grupos de danças brasileiras, o Sarandeiros, vinculado à Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG. A apresentação, que faz parte do projeto Perspectiva, é gratuita e de livre acesso, mas exige a retirada de senhas, que serão distribuídas a partir das 19h no próprio Conservatório.

Com o tema Nos passos do grupo Sarandeiros: 42 anos de histórias, o espetáculo mostrará um conjunto de danças cuja criação é inspirada nas manifestações de origem indígena e africanas no Brasil. Cada dança mantém diálogo com novos processos metodológicos de criação, elaborados a partir das experiências dos integrantes e de aprofundada pesquisa de movimentos. 

São 30 dançarinos em cena e quatro músicos que executam, ao vivo, as músicas do espetáculo. Com direção geral de Gustavo Côrtes, direção artística de Petrônio Alves, direção musical de Tatá Sympa, coordenação de ensaios de Gerson Júnior e Luiza Rallo, e preparação física de Diego Marcossi e Mariana Morais, o Sarandeiros homenageia as culturas das populações indígenas no Brasil e afro-brasileira.

Da universidade para o mundo
O Sarandeiros foi fundado em 1980 pelas professoras Vera Soares e Marilene Lima. Anteriormente chamado de Grupo de Dança Experimental da EEFFTO, reunia apenas alunos do curso de Educação Física. Em 1987, recebeu a denominação pela qual é conhecido até hoje, Grupo Sarandeiros, e começou a apresentar danças internacionais no âmbito da Universidade. Com a aposentadoria das duas professoras em 1995, o grupo retomou os trabalhos em 1997 com novas propostas artísticas e abertura para o ingresso de pessoas da comunidade externa, transformando-se em um projeto de extensão universitária. A companhia já realizou 16 turnês internacionais e consolidou um trabalho exemplar de pesquisa e divulgação das manifestações populares nacionais. 

O trabalho assumiu diferentes perspectivas, mas manteve seu viés acadêmico e extensionista, e ampliou sua atuação na cena artística e cultural nacional e internacional. O trabalho do grupo privilegia a cultura popular e valoriza os saberes tradicionais e os modos de expressão de seus povos.

As obras montadas pelo Sarandeiros sempre se ancoraram em uma prática de pesquisa cuidadosa e rigorosa, que possibilitou provocar, tanto na academia quanto no público, reflexões importantes sobre a diversa e controversa cultura popular. Uma das danças mais festejadas do grupo, Maracatu, recebeu a premiação de melhor trabalho cênico no Festival Mundial de Veliko Tarnovo, na Bulgária, em 2006. 

Memória
Nesta quinta, 5, e na sexta-feira, 6, a partir das 19h, o Conservatório abre as portas para visitação gratuita da mostra de fotos, objetos e vídeos que contam parte de sua história. A exposição integra o projeto Centro de Memória do Conservatório UFMG, idealizado por Guida Borghoff. Os visitantes receberão informações, por exemplo, sobre as pinturas da sala de recitais, que foram encomendas a Antônio e Dakir Parreiras para a inauguração do prédio, em 1926. As obras são inspiradas na ópera Tiradentes, do compositor brasileiro Manoel Joaquim de Macedo Júnior, feita com base no libreto do poeta Antônio Augusto de Lima, que narra a Inconfidência Mineira.

As 13 telas instaladas nas paredes laterais do auditório e o painel principal, que fica no palco, estarão expostas ao público. Será exibido um vídeo da mostra virtual, com informações e curiosidades sobre as obras. Há, também, um registro da passagem do compositor Villa-Lobos por Belo Horizonte, que é retratada na mostra 75 anos da visita de Villa-Lobos ao Conservatório Mineiro de Música, com curadoria de Daniella Parreiras Dutra e Fernando Rocha.

Outras informações sobre os eventos podem ser obtidas no site do Conservatório, em seu perfil no Instagram ou pelo telefone (31) 3409-8300. O uso de máscara nos espaços da UFMG é obrigatório.