Na segunda-feira, 4 de julho, às 17h30, as convergências e similitudes da guerra fria cultural na América Latina, seu alcance regional e global e as particularidades da inserção de Brasil e Uruguai nesse processo serão tema de debate com os professores Vania Markarian, da Universidade da República do Uruguai, e Marcelo Ridenti, da Unicamp, com mediação do professor Rodrigo Patto Sá Motta, da UFMG.

A mesa-redonda será realizada no auditório Baese, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Para participar, não há necessidade de inscrição prévia.

A expressão guerra fria cultural significa que a disputa (entre os blocos soviético e norte-americano) também envolveu conflitos no campo da cultura, das ideias, da produção de livros, da educação, e o trabalho dos intelectuais. “É um tema muito relevante e atual, especialmente no Brasil, em que temos um governo que opera próximo dos valores da guerra fria [anticomunismo, rejeição a China e Cuba, políticas culturais conservadoras]”, explica Rodrigo Patto.

Segundo ele, vencer a guerra fria implicava também mobilizar recursos culturais e produtores de cultura, assim como escolas, universidades, editoras e livros. “Os pesquisadores convidados vão mostrar como isso implicou intelectuais latino-americanos em redes transnacionais de circulação de ideias, conhecimento e cultura”.

Lançamento de livros
Durante o evento, Ridenti e Markarian lançarão suas mais recentes publicações sobre o tema. Ridenti é autor de O segredo das senhoras americanas, e Vania Markarian escreveu Universidad, revolución y dólares. As duas publicações tratam do mesmo tema em seus respectivos países, Brasil e Uruguai.

Marcelo Ridenti é professor de Sociologia da Unicamp desde 2005. Atua principalmente nos temas Cultura, arte e política e Esquerda brasileira, intelectuais, pensamento marxista e ditadura militar no Brasil anos 1950, 1960 e 1970. É autor de livros como Brasilidade revolucionária – um século de cultura e política (Ed. Unesp, 2010), Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV (Ed. Unesp, 2014), e O fantasma da revolução brasileira (Ed. Unesp, 2010).

Vania Markarian é professora de História Política e responsável pela área de investigação histórica do Arquivo Geral da Universidade da República, desde 2009. Atua nas linhas de pesquisa sobre detecção, organização e comissionamento de arquivos privados relacionados ao histórico da Universidade da República. Seu trabalho aborda o período da Guerra Fria na América Latina com base em concepção renovada da história política, aberta à consideração de novos atores, problemas e enquadramentos geográficos e próxima da história intelectual em seu interesse pela produção e circulação social de ideias.