Em meio à programação da Conferência Anual da Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai), realizada de 15 a 19 de abril em Belo Horizonte, a UFMG sediou, nos últimos dias, uma série de reuniões com dirigentes de universidades estrangeiras visando ao estabelecimento de parcerias e projetos de cooperação.

De acordo com a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, que recebeu vários dirigentes em seu gabinete, a Faubai ensejou encontros com representantes de instituições com as quais a UFMG já desejava fazer contato. "Felizmente, estamos retomando um fluxo interrompido durante a pandemia. Isso é muito importante para firmarmos parcerias estratégicas e colaborações acadêmicas para intercâmbios e iniciativas conjuntas nas várias áreas do conhecimento", avaliou. 

Segundo ela, a UFMG se destaca no cenário global em razão de sua robusta política de internacionalização, de caráter transversal, que inclui mobilidade de docentes, professores e servidores técnico-administrativos para atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão. "A pandemia deixou muito clara a importância da colaboração internacional em todos os campos, algo que a UFMG sempre valorizou", ressaltou a reitora, ao fazer um balanço das visitas. 

“Essas visitas de delegações à UFMG propiciam maior visibilidade para a Universidade e podem se traduzir em um ganho reputacional. Ao melhorar a reputação, podemos aumentar a captação de financiamento e de oportunidades de pesquisa, bem como atrair mais candidatos acadêmicos talentosos e diversificados. Essa diversidade enriquece a experiência educacional e contribui para um ambiente mais inclusivo e globalmente consciente”, afirma o diretor de Relações Internacionais da UFMG, Aziz Tuffi Saliba. 

Entre os encontros realizados, a UFMG recebeu comitiva da Universidade Politécnica de Macau, na China, o diretor executivo da Rede Mundial de Universidades (WUN), Peter Lennie, o professor João Amaro, da Universidade Nova de Lisboa, de Portugal, o reitor Antonio Tillis, da Universidade Rutgers-Camdem, dos Estados Unidos, representantes da Eötvös Loránd University, da Hungria, e uma delegação da embaixada norte-americana.

Os representantes de Macau justificaram o interesse em se aproximar da UFMG: existe a intenção de construir o "corredor de inovação Guangzhou-Shenzhen-Hong Kong-Macau”, que funcionará como uma ponte envolvendo a grande baía local, região focada em inovação e nos esforços de pesquisas internacionais.

Estiveram na UFMG, no último dia 17, a vice-reitora Vivian Lei, o diretor do Centro Científico e Pedagógico da Língua Portuguesa, Gaspar Zhang, e o diretor do Centro Internacional Português de Formação, Joaquim Ramos de Carvalho. De acordo com os dirigentes da instituição, a instituição quer reforçar laços com os países de língua portuguesa nos domínios da ciência, da tecnologia, da inovação e do empreendedorismo jovem e dispõe de recursos para financiar projetos de investigação e intercâmbio de estudantes de pós-graduação e professores.

Potencial
A Universidade Nova de Lisboa, por sua vez, tem potencial para se tornar uma das mais importantes parceiras da UFMG, na avaliação do professor Aziz Saliba. O diretor de Relações Internacionais conta que a universidade portuguesa foi a primeira instituição do país a criar um departamento de música e acolheu professores da UFMG que foram estudar em Portugal.

Na reunião entre as duas universidades, tratou-se, principalmente, da realização de cursos conjuntos a distância e do estabelecimento de um programa de pós-graduação, visando à preparação de professores para o ensino médio e fundamental no Brasil e em Portugal. "Há ainda interesse na cooperação nas áreas de química, biocomputação, nanotecnologia e computação, especialmente em relação à inteligência”, complementa Aziz.

O reitor Antonio Tillis, da Rutgers-Camden University, expôs os programas da universidade norte-americana e manifestou interesse de estabelecer parcerias com a UFMG. Intercâmbio de servidores da Pró-reitoria de Extensão (Proex), mobilidade docente, desenvolvendo de projetos com a chancela da Comissão Fulbright e um programa de cotutela para pós-graduação em Estudos Internacionais foram as possibilidades discutidas. Uma nova visita da delegação de Rutgers foi acertada para o mês de junho, quando os acordos deverão ser assinados.

Enriquecer a diversidade
Aziz Saliba explica que o termo "internacionalização" abrange diferentes ações, como mobilidade acadêmica, colaboração em pesquisa e oferta de programas conjuntos por diferentes instituições. Segundo o diretor, os benefícios variam de acordo com as atividades realizadas. “A convivência com pessoas de diferentes contextos culturais enriquece a diversidade e estimula o intercâmbio de ideias, valores e perspectivas, expandindo a compreensão do mundo e promovendo tolerância, empatia e respeito mútuo.”

O professor acrescenta que a internacionalização é importante para o campo da pesquisa, porque impulsiona a inovação, o acesso a recursos e o desenvolvimento de soluções de ponta para enfrentar desafios globais. Além disso, ações proporcionadas pela internacionalização ajudam a aprimorar as habilidades linguísticas de estudantes e pesquisadores, gerando maior empregabilidade, melhoria da experiência acadêmica e desenvolvimento profissional para docentes. 

“O processo de internacionalização oferece oportunidades para estabelecer conexões com profissionais, pesquisadores e acadêmicos do mundo todo, o que pode ser valioso para o desenvolvimento profissional e acadêmico”, concluiu Aziz Saliba. 

A Conferência
A Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai) reúne gestores e responsáveis por assuntos internacionais de mais de 200 instituições de ensino superior brasileiras. A organização promove a integração e a capacitação dos gestores e desenvolve ações visando à divulgação das instituições nacionais no exterior.

Com o tema Construindo conhecimentos com todas as vozes, a conferência deste ano pôs em perspectiva a educação e a ciência como construções democráticas coletivas e ressaltou o papel da internacionalização para unir culturas e abrir espaço a todas as vozes.