Aplicativo com orientações para a reabilitação da continência urinária é premiado
Destinado a pacientes que tiveram a próstata extraída, dispositivo foi desenvolvido por enfermeira do Hospital Risoleta Neves
A enfermeira Fabrícia Eduarda Baia Estevam, que trabalha no CTI do Hospital Risoleta Tolentino Neves, participou da criação de um aplicativo gratuito, acessível via celular, com informações úteis para reabilitação da continência urinária de indivíduos cuja próstata foi extraída.
O aplicativo, chamado IUProst, foi o vencedor do Prêmio de Inovação em Engenharia Biomédica para o SUS, concedido pela Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB) em parceria com a corporação Boston Scientific. Ele está disponível para o sistema operacional Android e pode ser baixado na plataforma Google Play.
O dispositivo foi desenvolvido durante a pesquisa de mestrado de Fabrícia Estevam, no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFMG, sob orientação da professora Luciana Regina Ferreira. Como explica a autora, o grupo de pesquisa reuniu enfermeiros estudiosos da área de incontinência urinária e por bacharéis em Ciência da Computação, especialistas em desenvolvimento de softwares.
O aplicativo possibilita ao usuário acesso ilimitado a orientações de autocuidado e de autoconhecimento sobre a sua condição relacionada à incontinência, bem como o contato com os profissionais de saúde. A continência é a capacidade de evitar a perda de urina, condição afetada nos homens cuja próstata é extraída.
Entre as ferramentas disponíveis estão diário miccional, informações quanto à cirurgia, ao tratamento e mudanças de estilo de vida, exercícios de treinamento muscular do assoalho pélvico e gráficos de evolução, vídeos explicativos sobre realização dos exercícios, contato com profissionais de saúde por meio do WhatsApp e Instagram.
“O software contribui para aumentar a adesão desses pacientes à terapia comportamental, viabilizando a prática em domicílio de exercícios para o fortalecimento da musculatura pélvica, e traz informações acerca dos hábitos de vida que auxiliam no tratamento”, completa a enfermeira.
Reconhecimento e incentivo
A premiação teve 192 trabalhos inscritos, de 12 países, com foco em tecnologias para a melhoria da saúde das pessoas.
“O reconhecimento internacional representa muito para nós, pesquisadores e defensores do SUS. Serve como incentivo para que sejam criadas novas ferramentas com o intuito de ampliar o acesso e a promoção da qualidade de vida da população. Nós, enfermeiros, precisamos, cada vez mais, de tecnologias que sejam aliadas na prestação do cuidado”, comemorou Fabrícia Estevam.
A pesquisadora ressalta que o uso do aplicativo foi idealizado como estratégia complementar ao tratamento e não substitui o acompanhamento presencial, indispensável para o monitoramento da evolução do paciente.