A Associação das Universidades Grupo Montevidéu (AUGM) passará a atuar em parceria com entidades que representam as universidades de seus países-membros, como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Hoje (terça, 6), durante a reunião do Conselho de Reitores da AUGM, foram firmados acordos de cooperação também com as entidades congêneres da Argentina e do Paraguai.

Os documentos explicitam os objetivos da cooperação, como a construção de um espaço acadêmico comum ampliado, a definição de linhas de pesquisa conjunta de interesse regional, a formação de pessoal e a produção de publicações.

“A instituição é pequena e não comporta grande número de universidades, daí a opção por estabelecer esses acordos, que ampliam e multiplicam nossas ações”, explicou a presidente da AUGM e reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida. As instituições bolivianas manifestaram interesse em também aderir à iniciativa. O presidente da Andifes, Ricardo Marcelo Fonseca, reitor da Universidade Federal do Paraná, comemorou a nova parceria, que, segundo ele, incrementa os canais de integração e internacionalização das federais brasileiras.

O Grupo Montevidéu reúne universidades de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

Nova direção e intenções com a Capes
Também durante a reunião do Conselho de Reitores, foi anunciado oficialmente que o próximo presidente da AUGM será Osvaldo Corrales, presidente do Consórcio de Universidades do Estado do Chile e reitor da Universidade de Valparaíso. Seu mandato – ao lado de Rodrigo Arim, reitor da Universidade da República, do Uruguai, escolhido vice – terá início em 1º de julho e duração de um ano. O segundo mandato de Sandra Goulart à frente da Associação se encerra no próximo dia 30.

O comitê diretor da AUGM comunicou hoje que foi assinada carta de intenções com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para parceria formal destinada a criar mecanismos de incremento e coordenação de atividades conjuntas na área da pós-graduação, em perspectiva de longo prazo. Mobilidade (nos regimes presencial e híbrido), educação superior nas regiões de fronteira, educação a distância e avaliação da pós-graduação são alguns dos aspectos que deverão ser explorados.

A extensa pauta do encontro, realizado na Sala de Sessões, no prédio da Reitoria, incluiu ainda a contratação de uma plataforma para gestão digital dos Programas Escala, de mobilidade – de estudantes, docentes, pós-graduandos, gestores e técnicos –, e a definição da Universidade Nacional de Assunção, no Paraguai, para sediar a 30ª Jornada de Jovens Pesquisadores da AUGM, de 11 a 13 de outubro. 

Os reitores dos seis países-membros da AUGM ainda discutiram temas relacionados à Cátedra de Direitos Humanos, coordenada na UFMG pela Pró-reitoria de Extensão, ao Espaço Latino-americano e Caribenho de Educação Superior (Enlaces) e a participação da associação em eventos internacionais.                    

A AUGM, assim como a Andifes e diversos ministérios, participa da organização da Conferência Regional de Educação Superior (CRES +5), que terá sede em Brasília, em março de 2024.

Caráter público e vocações parecidas
Fundada em agosto de 1991, a AUGM é uma rede de universidades públicas e autônomas de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Elas são semelhantes em suas vocações, estruturas acadêmicas e nos níveis de seus serviços, e isso dá a essas instituições condições de desenvolver atividades em cooperação com certeza de viabilidade.

As universidades-membros – atualmente são 41 – trabalham pela excelência, pela pertinência e pelo atendimento às necessidades da educação superior pública na região. Elas compartilham, de maneira solidária, acadêmicos e técnicos de alta qualificação, recursos materiais, equipamentos, laboratórios, bibliotecas, o que conforma um espaço acadêmico comum ampliado, em que os obstáculos são superados e as possibilidades de ação se multiplicam.