Os professores Carlos Alberto Pereira Tavares, do Departamento de Bioquímica e Imunologia, e Jacques Robert Nicoli, do Departamento de Microbiologia, ambos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), receberam o título de professor emérito da UFMG na noite desta quinta-feira, 3 de novembro, em solenidade no CAD1. A outorga ocorre no ano em que o curso de Ciências Biológicas comemora o seu cinquentenário de fundação, e a UFMG celebra seu aniversário de 95 anos.

“Hoje, em um 3 de novembro tão esperado, é dia, mais do que nunca, de esperançar”, disse a reitora Sandra Regina Goulart Almeida. Para ela, apesar dos desafios, incertezas e dificuldades do atual contexto, “a cerimônia em que a UFMG devolve aos professores homenageados a deferência e o reconhecimento que eles lhe dedicaram tem o significado essencial de lançar a instituição à frente, iluminando o seu futuro com a exemplaridade de trajetórias que extrapolam a carreira individual e transbordam para a história coletiva”.

Ao saudar Carlos Tavares, seu colega de departamento, a professora Eliane Novato Silva destacou sua trajetória como professor e pesquisador desde os tempos em que estagiou no Laboratório de Imunologia. “Esperamos que ele continue nos brindando com a sua experiência e sabedoria para a construção de uma Universidade cada vez mais forte, autônoma, democrática e comprometida com a sociedade brasileira”, ressaltou.

Dirigindo-se a Jacques Nicoli, a professora Maria Auxiliadora Roque de Carvalho afirmou que “seu maior legado está no cultivo e na preservação de valores que marcaram a vida dos estudantes de todos os níveis”. Para ela, “a rigidez de conduta, com serenidade, e a delicadeza no trato definem sua trajetória no extenso e profundo envolvimento institucional com a UFMG".

Diplomados pela reitora Sandra Goulart, os novos eméritos foram homenageados com três canções interpretadas pelo Coral Cantáridas, do ICB.

Projeção mundial
Para o diretor do ICB, professor Ricardo Gonçalves, a homenagem conferida aos professores eméritos é um reflexo do que o ICB e a UFMG representam no cenário da ciência nacional e mundial. “Somos um dos maiores e mais importantes institutos de pesquisas na área de ciências biológicas, com projeção mundial. E são os senhores, como parte da nossa equipe, que tornam o ICB tão importante. Suas participações como professores, cientistas e na gestão da Universidade são impressionantes e nos indicam exemplos a seguir”, ressaltou.

Diretor do ICB na gestão 2002-2006, o agora emérito Carlos Tavares fez uma retrospectiva de sua jornada acadêmica e defendeu o papel da universidade pública como espaço de construção do conhecimento, lugar do pensamento crítico e da livre expressão e de defesa da democracia.

Jacques Nicoli agradeceu a indicação do seu nome à distinção, que foi feita por unanimidade. Ele lembrou o professor emérito Enio Cardillo Vieira, que morreu neste ano, a quem credita sua vinda para o Brasil. De origem francesa, Jacques Nicoli é autor de mais de 330 artigos e publicou 37 livros ou capítulos. Coinventor de oito processos ou produtos depositados, ele morou, estudou e trabalhou em vários países, mas destacou em seu discurso que nunca vai se arrepender “de ter escolhido o Brasil para viver, trabalhar e terminar meus dias”.

A mais alta distinção honorífica da UFMG reconhece as expressivas contribuições dos professores já aposentados ao ensino, à pesquisa e à extensão da Instituição. Além de reitores de gestões anteriores e de outros professores eméritos, estiveram presentes à cerimônia chefes de departamento, coordenadores de colegiados de cursos e servidores técnico-administrativos.

Carreiras
Carlos Alberto Pereira Tavares é graduado em Farmácia e Bioquímica e mestre em Microbiologia pela UFMG. Tem doutorado em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal de São Paulo, com estudos de pós-doutorado no National Institute for Medical Research (Londres, Reino Unido). Coordenou o curso de pós-graduação em Bioquímica e Imunologia, dirigiu o ICB e foi pró-reitor de Pesquisa da UFMG. É pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanobiofarmacêutica. Tem experiência em imunologia, atuando principalmente na identificação e isolamento de antígenos parasitas com o objetivo de induzir proteção e diagnóstico imunológico.

Jacques Robert Nicoli tem formação em Bioquímica pela Faculté des Sciences de Marseille-Luminy, da França, doutorado em Bioquímica-Imunologia pela UFMG e fez residência pós-doutoral em Ecologia Microbiana no Institut National de la Recherche Agronomique de Jouy-en-Josas (França). É professor titular aposentado do Departamento de Microbiologia do ICB e bolsista de produtividade em pesquisa sênior do CNPq. Trabalha nas linhas de Ecologia Microbiana de Superfície Corporal Humana e Animal, Desenvolvimento de Prebióticos e Probióticos e Gnotobiologia.