Crianças do Morro do Papagaio registram percepções sobre locais favoritos em plataforma
Fotos e depoimentos ficarão disponíveis no site 'Onde brincamos', criado por projeto de extensão da Escola de Arquitetura
Fotos e depoimentos de crianças sobre os espaços onde costumam brincar poderão ser compartilhados e visualizados publicamente no website Onde Brincamos, que acaba de ser lançado por um grupo de professores e estudantes da Escola de Arquitetura da UFMG. A plataforma é uma iniciativa do projeto de extensão Intervenções temporárias com crianças para todos, desenvolvida em parceria com moradores do Morro do Papagaio, comunidade que fica na região centro-sul de Belo Horizonte.
O site tem o objetivo de resgatar e indicar locais associados às descobertas, brincadeiras, aprendizagens, sentimentos, encontros e explorações do público infantil. Por meio da participação das crianças, o projeto estimula a troca de informações entre os diferentes atores sociais que têm a criança e suas relações com a cidade como campo de atuação. Após a autorização dos pais ou responsáveis legais, meninos e meninas poderão fotografar seus locais favoritos e conversar a distância com a equipe da plataforma. Em seguida, os trechos mais marcantes dessas conversas, fotos tiradas, idades e nomes (fictícios) ficarão disponíveis na página.
Na fase inicial do projeto, o site tem como foco as crianças do Morro do Papagaio, mas o ambiente será aprimorado para que crianças de outras regiões da cidade também participem. A iniciativa conta com a colaboração de professores e estudantes dos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, Educação, Jornalismo e Biologia, além de web designer contratado por meio de recursos aprovados no edital de produtos extensionistas da Pró-reitoria de Extensão (Proex) da UFMG.
Mapeamento
O mapeamento dos locais no Morro do Papagaio está sendo feito com o apoio da Escola Estadual Dona Augusta, da União Comunitária da Barragem Santa Lúcia, das Obras Sociais Pavonianas, da Associação dos Moradores da Barragem Santa Lúcia, da Escola Estadual Professor José Mesquita de Carvalho e do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (MUQUIFU).
Uma das idealizadoras da plataforma é a professora da Escola de Arquitetura da UFMG, Paula Barros, que também coordena o projeto de extensão. Segundo ela, “esse mapeamento é inédito e busca dar voz às crianças da comunidade, estimulando-as a descobrir novas formas de pensar a cidade”.
A professora acrescenta que o principal objetivo do site é “ajudar no desenvolvimento de políticas públicas que considerem as crianças como sujeitos capazes de contribuir com a qualidade de vida na cidade. A expectativa é dar visibilidade aos seus olhares em relação a esses espaços e estimular transformações mais humanas, baseadas na empatia, no amor, no carinho e no cuidado”.