Especialistas em imunologia, vacinologia e doenças infecciosas ministrarão conferências no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), a partir de 1° de fevereiro, no âmbito da Série de Seminários CTVacinas. As palestras ocorrerão uma vez por semana, às quartas-feiras. 

O seminário de inauguração ficará a cargo do chefe do Departamento de Microbiologia da USP, Edison Durigon, às 11h. O BH-TEC fica na rua Professor José Vieira de Mendonça, 770, Engenho Nogueira.

“A promoção de debates qualificados é mais uma ação do CTVacinas em direção ao objetivo de se tornar um centro nacional de vacinas”, afirma o coordenador do Centro, professor Ricardo Gazzinelli.

O conferencista
Edison Durigon liderou ações de combate a infecções como zika e covid-19 no Brasil. Ele e sua equipe foram responsáveis, em fevereiro de 2020, por isolar o Sars-CoV-2 e cultivá-lo em laboratório. “Conseguimos caracterizar o vírus muito bem, e isso alavancou pesquisas e diagnósticos, validou laboratórios e fez a fila de testes andar. Esse começo foi muito gratificante”, relatou o cientista à reportagem do Portal UOL, em dezembro de 2020.

Alguns dos principais temas de atuação do professor são diagnóstico clínico e molecular, viroses humanas e animais, vírus respiratórios, vírus silvestres, vírus emergentes, diversidade genética viral e biossegurança.

Leia outras informações sobre a série no site do CTVacinas.

Abrangência nacional

O CTVacinas é um centro de pesquisas em biotecnologia, resultado de parceria estabelecida entre a UFMG, o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o BH-TEC. O ambiente de pesquisa, que reúne pesquisadores vinculados à UFMG e à Fiocruz Minas, sedia os estudos da SpiN-TEC MCTI UFMG, o primeiro imunizante 100% brasileiro contra a covid-19, cujos testes clínicos estão sendo desenvolvidos na Faculdade de Medicina da UFMG. 

Dedicado ao desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de kits de diagnóstico e vacinas contra doenças humanas e veterinárias, o CTVacinas será transformado no Centro Nacional de Vacinas (CNVacinas), resultado de acordo firmado entre a UFMG, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o governo de Minas Gerais. 

O início das obras de construção do CNVacinas foi oficializado em dezembro. Ele será erguido em um terreno no BH-TEC e terá sua infraestrutura reservada à produção de lotes clínicos, ou seja, fará todo o desenvolvimento do imunizante e entregará a tecnologia para que a indústria nacional fabrique em larga escala. O CNVacinas será, também, um elo entre o ambiente acadêmico e o mercado, servindo de catalisador do processo de inovação e transferência de tecnologias para empresas e instituições.

A nova estrutura, que deve ficar pronta em 2025, vai ocupar um prédio de cinco andares, com quase sete mil metros quadrados de área construída. O edifício, em formato de L, abrigará toda a parte científica e de desenvolvimento de vacinas, além de biotérios, setores de produção de proteína recombinante, setores de análise de genoma, de bioinformática e de análises de respostas imunológicas. O aporte é de R$ 80 milhões, sendo R$ 50 milhões do MCTI e R$ 30 milhões do governo de Minas Gerais.