Os professores Cícero Murta Diniz Starling e Henrique Resende Martins tomaram posse, respectivamente, como diretor e vice-diretor da Escola de Engenharia, depois de eleitos pela comunidade acadêmica para a gestão 2022-2026. A cerimônia foi realizada na noite de ontem (segunda-feira, 27), no auditório da unidade, com transmissão pela internet.

Professor do Departamento de Engenharia Civil, Starling foi reconduzido ao cargo após mandato de quatro anos (2018-2022). Martins é professor do Departamento de Engenharia Elétrica e integra a direção da escola pela primeira vez. Os dois foram apresentados à comunidade e homenageados pelos professores eméritos da UFMG José Osvaldo Saldanha Paulino e Benjamin Rodrigues de Menezes.

Menezes, cuja tarefa foi apresentar o diretor reconduzido ao cargo, preferiu não se ater ao currículo ‒ um extenso Lattes de 36 páginas, com uma centena de artigos publicados ‒, mas apresentar depoimentos de familiares, colegas, professores e funcionários que convivem com ele. “Em todos os testemunhos, o Cícero é chamado de amigo”, observou. O professor emérito destacou, entre as qualidades do dirigente, o “foco na gestão humanizada”, assim como a abertura para o diálogo e o discurso pacífico.

Paulino destacou como uma das qualidades de Martins o “respeito pelo bem público, característica fundamental de um dirigente universitário”, e o descreveu como um “empreendedor nato”, qualificado para o que definiu como um dos desafios da Escola de Engenharia nos próximos anos: “transformar nossas teses e artigos em produtos tecnológicos para o desenvolvimento da indústria nacional, retornando o investimento para a sociedade que nos financia”.

Pessoas em primeiro plano
O diretor da Escola de Engenharia reafirmou o compromisso assumido para o novo mandato. “Professora Sandra e professor Alessandro, trabalharemos juntos ao longo dos próximos quatro anos, pois somos movidos pelos mesmos valores institucionais, incluindo o compromisso com a valorização e defesa incondicional do ensino gratuito, de qualidade e inclusivo praticado nas universidades públicas”, garantiu. 

No discurso de posse, Starling reiterou o papel central das pessoas em sua gestão. “Nestes momentos difíceis desde março de 2020, ficou cada vez mais evidente que a Escola é feita por pessoas e para as pessoas, representadas pelos atuais estudantes, docentes, técnicos e demais colaboradores, além de todos aqueles que já passaram e que ainda passarão por ela. A interação e conexão entre pessoas é o que constitui e fortalece parcerias, amizades, cumplicidades, culturas e ideias. A interação entre pessoas é o que deixa saudade e cria laços para toda a vida”, afirmou.

Martins, por sua vez, declarou estar “honrado” em assumir o cargo de vice-diretor na escola onde se formou, “principalmente como pessoa”. Ele recordou sua trajetória acadêmica, integralmente construída na UFMG. Nascido em Fortaleza, no Ceará, ele ingressou na Universidade no início dos anos 2000. “Fiz de Belo Horizonte a minha casa, mas o encantamento permanece o mesmo, exatamente o mesmo. Eu me pego, por várias vezes, encantado, não só com os lugares, mas principalmente com as pessoas que aqui trabalham e se dedicam”, revelou.

Acolhimento em tempos difíceis
“Cícero é companheiro para todas as horas”, endossou em seu discurso o vice-reitor da UFMG, Alessandro Fernandes Moreira, que também foi diretor (2014-2018) e vice-diretor (2010-2014) da Escola de Engenharia. Ele ressaltou a importância do acolhimento em tempos difíceis, “vivendo, amando, aprendendo e renovando”. Moreira confirmou a vocação do novo vice-diretor para a inovação e o empreendedorismo ‒ Henrique Martins é autor de quatro patentes ‒ e falou da missão dos novos gestores: alinhar a formação em engenharia com as demandas da sociedade e manter a Escola em posição de vanguarda. Alessandro Moreira citou, ainda, iniciativas da Escola de Engenharia que foram determinantes no enfrentamento da pandemia da covid-19, como o desenvolvimento de respiradores e de fontes alternativas para o transporte de vacinas.

“Por meio de sua atuação, a Escola de Engenharia da UFMG mostrou a toda a sociedade o quanto somos necessários para as nossas cidades, nosso estado e nosso país”, reforçou a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, em seu pronunciamento, depois de manifestar solidariedade a todas as pessoas que sofreram perdas na “maior tragédia humana deste século”. A reitora reconheceu o desafio assumido pelos novos gestores, no atual contexto de escassez de recursos e desvalorização da ciência. “Os sucessivos cortes sofridos pelas universidades federais ao longo dos anos vão na contramão de um projeto de país que investe nas universidades como agentes de desenvolvimento social e econômico e aliadas no enfrentamento de calamidades, catástrofes, emergências e na permanente busca por melhoria das condições de vida da nossa população, porque é isso que a UFMG tem feito”, enfatizou.

Vice-diretor no mandato que se encerra (2018-2022), o professor Luiz Machado disse ter sido tomado recentemente por uma “explosão de alegria”, não pelo fato de deixar o cargo, mas pela sensação de “missão cumprida”, semelhante à vivida quando concluiu o doutorado, na França, depois de viver por quatro anos no país. Machado afirmou que pretende dar espaço para a implementação da nova gestão, mas se pôs à disposição como “eterno funcionário” da diretoria. “Meu espírito e meu coração vão estar sempre lá”, declarou.