Em cerimônia nesta sexta-feira, curso de Química comemora 80 anos
Criado em 1943, curso foi o embrião do Departamento que hoje é responsável por um quarto das patentes depositadas pela UFMG
Cinco anos antes de ser incorporada à então Universidade de Minas Gerais (UMG), a Faculdade de Filosofia abria, em 1943, o seu primeiro vestibular para o curso de química. Nesta sexta-feira, 16 de junho, às 10h, será realizada uma solenidade no auditório Aluísio Pimenta, no Anexo 1 do Departamento de Química, em comemoração aos 80 anos da graduação. A data foi escolhida em razão da proximidade temporal com o Dia do Químico, 18 de junho.
Participarão da celebração o professor Luiz Cláudio de Almeida Barbosa, chefe do Departamento de Química, a pró-reitora adjunta de Pesquisa, Jacqueline Aparecida Takahashi, que é docente do departamento, e os eméritos da casa Dorila Piló Veloso – uma das mais influentes pesquisadoras da química moderna no Brasil, que foi pioneira no uso da técnica de ressonância nuclear para a elucidação estrutural de ligninas – e José Israel Vargas.
Israel Vargas, por sua vez, é egresso da segunda turma de química da UFMG e ocupou vários cargos na administração pública brasileira, como o de ministro da Ciência e Tecnologia, de 1992 a 1999, durante os governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, e o de embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de 2000 a 2003.
Durante esse “encontro de decanos”, será inaugurada uma placa nos jardins da entrada do prédio principal como forma de marcar a efeméride.
História
Criado na entrada dos anos 1940, o curso de química contava, no início, com duas modalidades diurnas (licenciatura e bacharelado). Duas décadas à frente, após a Universidade de Minas Gerais incorporar o “federal” em seu nome (1965) e ser construído, no campus Pampulha, o Instituto de Ciências Exatas (1968), o curso foi transferido para lá, ocasião em que foi criado o atual Departamento de Química. Sua inauguração ocorreria formalmente no dia 9 de novembro de 1972, junto com uma série de outras obras da chamada “cidade universitária”. Nesse meio tempo, em 1967, seria criado o Programa de Pós-graduação em Química (PPG-Q) da Universidade, reconhecido como de excelência pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A licenciatura noturna, por sua vez, seria inaugurada em 1994; 14 anos depois, surgiu a versão a distância do curso, que ja teve duas entradas, uma em 2008 e outra em 2018. Antes, em 2004, foi inaugurado o anexo do departamento, possibilitando a sua expansão. Em 2010, por fim, foi criado o curso de química tecnológica, na modalidade bacharelado, no período noturno.
Enquanto a licenciatura busca formar professores para os ensinos fundamental e médio, e o bacharelado tradicional prepara, sobretudo, pesquisadores, o bacharelado em química tecnológica capacita profissionais para o setor industrial – em particular, para atuar na condução, no controle, na pesquisa e no desenvolvimento de operações e processos industriais.
Líder em patentes
Essa sólida estrutura se reflete no desempenho de excelência no campo da pesquisa e inovação. Hoje, o Departamento de Química é o maior depositante de patentes da Universidade, com 332 pedidos, o que representa cerca de um quarto do total de patentes registradas pela Universidade no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Nesse ranking interno, o Departamento de Química é seguido pelo Departamento de Bioquímica e Imunologia, do ICB, que tem 187 patentes depositadas, e pelo Departamento de Produtos Farmacêuticos, da Faculdade de Farmácia, com 119 depósitos.
Esses números ganham ainda mais relevância quando se considera que, conforme os dados mais atualizados da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), a Universidade tem hoje um total de 1.340 patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), volume que põe a UFMG, de acordo com o último ranking divulgado pelo INPI, como a Universidade que mais depositou patentes no Instituto no último ano. No cenário nacional, apenas a Petrobras está à frente da UFMG.
Em relação ao ensino, o Departamento de Química reúne 94 professores, que são, em sua quase totalidade, doutores, e todos os seus cursos estão entre os mais bem avaliados pelo Ministério da Educação (MEC), com notas 5 e 4 na última edição do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em que foram escrutinados. “Desde a fundação do curso de química, foram formados 1.531 profissionais, sendo 692 bacharéis em química, 648 licenciados em química e 191 bacharéis químico-tecnológicos”, situa Valmir Fascio Juliano, coordenador do colegiado dos cursos de graduação em química e química tecnológica.
O Departamento oferece 130 vagas anuais: no primeiro semestre, são oferecidas 50 vagas para o período diurno (os alunos escolhem, ao longo do curso, entre as modalidades bacharelado e licenciatura) e 40 vagas para química tecnológica no período noturno. No segundo semestre, são ofertadas 40 vagas para a licenciatura, no período noturno.