Ensino

Evento valoriza transições no ensino-aprendizagem geradas pela pandemia

Dirigentes e pesquisadores trataram de inclusão digital, currículos e autonomia universitária, entre outros temas

No sentido horário, os professores Virgílio Almeida e Ilma Bicalho, o intérprete .... e Marcos Vinícius, do GIZ
No sentido horário, Virgílio Almeida, Ilma Bicalho, Marcos Vinícius Tarquínio, do GIZ, e o intérprete de Libras Marcelo Souza Reprodução de tela

“Muito foi aprendido no período de pandemia, e nós temos que, de fato, fazer uso de todo esse aprendizado e tornar nossos processos de ensino-aprendizagem cada vez mais inovadores e comprometidos com a nossa missão, como universidade pública que somos”, disse Sandra Goulart Almeida, reitora da UFMG, na abertura do Encontro Temático Transições – Ensino híbrido, remoto e presencial: das realidades que temos para as transições que queremos. O evento ocorreu na sexta, 29, em modo virtual, e está acessível no canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) no YouTube.

A reitora ressaltou que é importante refletir sobre como é possível incorporar o aprendizado dos últimos dois anos em associação com a necessidade da presencialidade, “que é tão necessária para a construção da Universidade”.

O encontro abriu as ações, neste período letivo, do Laboratório de Formação em Docências do Ensino Superior (LabDocências), iniciativa da Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (Giz) da Pró-reitoria de Graduação (Prograd). É, também, um dos eventos que antecedem o 6º Congresso de Inovação e Metodologias do Ensino Superior e Tecnológico (CIM).

O pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira, lembrou que está em discussão, no Conselho Nacional de Educação (CNE), uma proposta de diretrizes para o que está sendo chamado de “aprendizagem híbrida”, em contraposição à educação a distância, modalidade educacional já regulamentada. “Este encontro temático abre, neste ano, o espaço para amplo debate dessa matéria, visando construir orientações e ações concretas para melhoria contínua dos processos de ensino-aprendizagem na Universidade”, destacou.

Tecnologias
“A pandemia deixou evidente para todos a divisão social no Brasil, a exclusão de boa parte da população, sobre a qual temos falado há muito tempo. Não se trata de exclusão apenas do acesso aos meios digitais, como internet, celular, tablet, mas também da compreensão desse ambiente digital”, afirmou o professor emérito Virgílio Almeida, vinculado ao Departamento de Ciência da Computação (DCC). “Um exemplo concreto é a dificuldade que boa parte da população teve para solicitar o auxílio emergencial, porque isso era feito por meio dos aplicativos de celular controlados por algoritmos”, explicou. Virgílio discorreu sobre os avanços de tecnologias digitais e as reconfigurações socioeconômicas do trabalho na sociedade pós-pandemia.

O professor emérito ponderou sobre alternativas possíveis para o futuro digital, que podem ser mais inclusivas ou marcadas por mais desigualdades. Ele chamou a atenção para o papel da academia nas escolhas que deverão ser feitas na relação com as tecnologias e finalizou sua apresentação com duas indagações: “como as transformações digitais têm sido tratadas pelos cursos de graduação da UFMG?” e “como os alunos de graduação têm sido preparados para esse futuro tecnológico?”

A diretora acadêmica da Prograd, professora Ilma Bicalho, abordou realidades e expectativas relacionadas aos currículos universitários atuais e ao ensino mediado por tecnologias. “Quando se pensa em um currículo, há diversos elementos a serem considerados, mas eu destaco dois, mais gerais, mas que servem de balizas muito importantes na sua estruturação: a regulação, em referência aos marcos normativos estabelecidos para a educação superior, e a autonomia universitária”, afirmou.

Ilma tratou dos parâmetros para a organização dos currículos e da legislação que rege a autonomia universitária, de como isso se aplica à realidade da UFMG e de como as tecnologias digitais podem ser integradas ao ensino, incluindo os desafios que devem enfrentados nesse processo.

LabDocências
O LabDocências é, ao mesmo tempo, um espaço institucional e um conjunto de ações orgânicas de natureza científica que articulam ensino, pesquisa e extensão de forma multidisciplinar. Essas ações, que estão descritas na página do Laboratório, são destinadas a docentes e estudantes de pós-graduação da Universidade.

Com Assessoria de Comunicação da Prograd