Mostra de filmes na Fale retrata aspectos da cultura xavante
Após as sessões, pesquisadores vão debater demarcação de terras, papel da mulher e influências externas
De hoje, 20, até quarta, 22 de novembro, a Faculdade de Letras da UFMG (Fale) vai sediar a primeira edição da Mostra de Cinema Xavante. O evento, que ocorre no Auditório 1007 da Fale, no campus Pampulha, das 14h às 17h, terá exibição de filmes nacionais relacionados à cultura, à história e à realidade do povo indígena brasileiro Xavante. Depois das sessões, professores e pesquisadores convidados vão conduzir debates.
Segundo Victor Correa, aluno de iniciação científica do Laboratório de Linguística Indígena da Fale, a mostra é resultado de proposta apresentada em edital da Fundação Nacional do Índio (Funai). “A chamada previa distribuição de filmes que retratam a cultura dos Xavantes e que contam com indígenas na produção. E os projetos deveriam contemplar a exibição das obras para um público mais amplo. No nosso caso, vamos alcançar o público universitário”, explica o estudante, que já havia feito um curso com Divino Xavante, cineasta indígena.
Os filmes abordam temas como a demarcação de terras indígenas, a questão da mulher indígena na sociedade e a influência da cultura dos brancos na cultura xavante. De acordo com Victor Correa, "trazer essas questões para a universidade é importante para dar visibilidade aos problemas enfrentados por esses povos”.
A mostra foi organizada pelo Laboratório de Línguas Indígenas e pela Câmara de Pesquisa da Fale. A entrada é gratuita. Outras informações estão disponíveis na página do evento no Facebook.
Programação
20 de novembro, das 14h às 17h
Uma casa, uma vida (24", Brasil, 2013)
Comentários: Adriano Mattos Corrêa, professor da Formação Intercultural de Educadores Indígenas da UFMG, arquiteto e urbanista com experiência em arquitetura indígena.
21 de novembro, das 14h às 17h
Índio cidadão? (52", Brasil, 2013) e Homem branco em Marãiwatsédé (12", Brasil, 2011)
Comentários: Pablo Luiz de Oliveira Lima, curador do Acervo Indígena da UFMG e professor da Formação Intercultural de Educadores Indígenas.
22 de novembro: de 14h às 17h
Tsõ'rehipãri – Sangradouro (28", Brasil, 2009)
Comentários: Bernard Ava Kaiowa, doutorando no Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da UFMG, no qual desenvolve pesquisa acerca dos filmes-rituais do "cinema indígena" realizado no Brasil.
André Brasil, integrante do Comitê Pedagógico de Formação Transversal em Saberes Tradicionais na UFMG e pesquisador no domínio do cinema e do cinema documentário, com atenção à produção de filmes por diretores e coletivos indígenas.
Piõ Höimanazé – A mulher Xavante em sua arte (52", Brasil, 2008)
Comentários: Julia Bernstein, que trabalha com formação audiovisual para povos indígenas e colabora em mais de 10 etnias ameríndias.