Fake news em 2022: informações falsas podem impactar as eleições presidenciais
Especialistas da UFMG abordam as consequências das fake news e dão dicas sobre o que fazer ao receber uma notícia falsa
O ano de 2022 é de eleições presidenciais no Brasil. Com isso, é ainda maior a preocupação com as fake news, já que elas estiveram intensamente presentes nas eleições de 2018, influenciando diretamente na votação.
A professora da Escola de Ciência da Informação (ECI-UFMG), Lorena Tavares, em entrevista para a TV UFMG, informa que a criação e a disseminação de fake news apenas são possíveis devido às tecnologias de comunicação e informação. Infelizmente, não há um grande controle sobre quem cria e compartilha notícias falsas, mas seu alcance pode ser devastador. Um fator que contribui no compartilhamento de fake news é a pós-verdade – apelos à emoção ou a crenças pessoais são mais importantes do que fatos.
Para checar se uma notícia é verdadeira ou não, o professor Ronaldo Ferreira, do Programa de Pós-graduação em Gestão e Organização do Conhecimento da UFMG (PPG-GOC), e o doutorando em Comunicação Social da UFMG Gregório Fonseca recomendam que, ao receber uma notícia duvidosa, é necessário:
- checar se há uma fonte e descobrir quem é a fonte da informação;
- pesquisar sobre a informação em plataformas de busca;
- identificar as evidências e o seu contexto;
- identificar o público-alvo do conteúdo, para avaliar viés e intencionalidade;
- observar o propósito da publicação, pois, para ser compartilhadas, as fake news tentam provocar sentimentos de indignação e raiva;
- por fim, é preciso se perguntar como as informações estão dispostas no conteúdo e como ele é apresentado esteticamente, já que notícias falsas costumam conter palavras com letras maiúsculas e erros de gramática.
Ao receber uma notícia falsa em aplicativos de mensagem, procure avisar a quem enviou de forma privada e evitar conflitos. Já em redes sociais, denuncie sempre as publicações enganosas e falsas.
A doutora em ciências políticas pela UFMG, Helga Almeida, informa que as fake news não são um fenômeno recente e que elas vêm prejudicando as eleições nos últimos anos em diferentes países. Para controlar os disparos massivos de notícias falsas e vídeos manipulados, Almeida propõe que as instituições sejam mais atuantes e proporcionem respostas rápidas para combater a desinformação.
Equipe: Amanda Gomes (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Ruleandson do Carmo (edição de conteúdo)