A campanha Fevereiro Laranja foi criada com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a leucemia, informando seus sintomas, a importância de um diagnóstico precoce e da doação de medula óssea. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), embora a leucemia não tenha uma causa ou fatores de risco específicos, sabe-se que ela tem maior incidência em pessoas acima de 55 anos e que é o tipo de câncer mais comum em crianças e adolescentes. No mundo, a leucemia é o décimo tipo de câncer mais comum, e os homens são os mais atingidos (6,5 a cada 100 mil), enquanto a taxa de incidência entre as mulheres é um pouco menor (5 a cada 100 mil). Apenas no Brasil, em 2017, ocorreram 9.196 óbitos causados pela leucemia. Dessa forma, é de extrema importância conhecer os sinais da doença e estar atento a eles.

O médico hematologista do Hospital das Clínicas da UFMG, Gustavo Magalhães, em entrevista para a TV UFMG, conta que as leucemias são tumores malignos que atingem a medula óssea, local em nosso organismo onde são produzidas as células do sangue, como os glóbulos vermelhos, os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, e as plaquetas. Quando surge a leucemia, há um descontrole na produção das células do sangue, e a medula óssea é tomada por células malignas, que se proliferam de modo também descontrolado.

Sintomas e sinais como fadiga intensa, manchas vermelhas pelo corpo, hemorragias, emagrecimento e dores nos ossos são motivos para ficar atento e buscar ajuda médica – é muito importante que a doença seja identificada e tratada o mais rapidamente possível, o que aumenta significativamente as chances de cura. Os tratamentos podem incluir, no caso das leucemias agudas, quimioterapia e, caso necessário, o transplante de medula óssea. No caso das leucemias crônicas, o tratamento pode ser feito com quimioterapia oral ou injetável. 

Embora seja muito difícil lidar com a confirmação do diagnóstico, é possível viver com a leucemia quando se faz um tratamento adequado. Integrante do Comitê de Pacientes da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Thiago Brasileiro é portador de leucemia mieloide crônica, descoberta em 2017, depois de ele sentir fortes dores no baço. Desde então, Thiago é submetido a quimioterapia oral. Até o momento, ele não necessitou de internação, exceto para a realização dos exames, nem de transplante de medula óssea.

A cura da leucemia é possível. Duda Dornela, integrante do projeto Valorizar a Vida, descobriu que estava com leucemia mieloide crônica em 2015, às vésperas de seu casamento. O início de seu tratamento também foi feito com quimioterapia oral, e, por mais que a resposta ao medicamento tenha sido satisfatória, Duda precisou fazer, por precaução, o transplante de medula óssea e foi curada do câncer. Porém, anos depois, a doença voltou mais grave, e foi necessário voltar aos remédios. Felizmente, a resposta novamente foi positiva e ela se curou mais uma vez.

Duda e Thiago enfatizam a necessidade de se manter esperançoso e positivo após receber o diagnóstico de leucemia, pois é possível ter qualidade de vida e se curar, apesar dos diversos empecilhos causados pela doença. Eles também enfatizam a importância, para salvar vidas, da doação de sangue e medula óssea. Como as chances de encontrar um doador compatível são muito pequenas, quanto mais doadores, muito melhor. 

Onde doar sangue e medula óssea?
As doações de sangue e medula podem ser feitas por meio da Fundação Hemominas, após agendamento on-line no site. Podem doar pessoas com idade entre 16 a 69 anos, peso superior a 50 kg e condições plenas de saúde.
Endereço: Alameda Ezequiel Dias, 321, bairro Santa Efigênia – CEP 30130-110
Telefone: (31) 3768-4500

Onde buscar ajuda?
O Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG), por meio do Ambulatório Borges da Costa, atende nas especialidades de oncologia, hematologia, cirurgia ambulatorial, endocrinologia (adulto) e psiquiatria, além de manter um setor de quimioterapia. OU seja, o hospital tem infraestrutura para fazer o diagnóstico e todo o tratamento contra a leucemia.

As primeiras consultas são marcadas na Central de Marcação de Consultas da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, e é necessário o encaminhamento de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). 

Endereço do HC-UFMG: Av. Professor Alfredo Balena, 110, bairro Santa Efigênia – CEP 30130.100
Telefone: (31) 3307-9300

Equipe: Amanda Gomes (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Ruleandson do Carmo (edição de conteúdo)