Pesquisa e Inovação

Grupo de egressos da UFMG lança fábrica de nanossoluções no BH-TEC

Empresa vai desenvolver nanoscópios de alta resolução

Porto: nanoscópio comercializado pela FabNS gera imagens de altíssima resolução
Porto: nanoscópio comercializado pela FabNS gera imagens de altíssima resolução Arquivo FabNS

Nesta quarta-feira, 18, a partir das 9h30, a empresa de base científico-tecnológica FabNS (Fábrica de Nanossoluções) vai inaugurar sua sede no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), que abriga empresas dedicadas a investigar e gerar novas tecnologias. A FabNS é responsável pelo desenvolvimento do nanoscópio óptico com maior resolução do Hemisfério Sul, também chamado de Porto. O equipamento possibilita analisar e manipular estruturas em altas escalas de resolução, viabilizando a aplicação da nanotecnologia em áreas diversas, como medicina, agricultura, energia e materiais. 

Segundo o pesquisador Cassiano Rabelo, um dos sócios-fundadores da FabNS, o nanoscópio Porto gera imagens com altíssima resolução espacial e é "capaz de revolucionar a pesquisa em nanomateriais, como a produzida com o grafeno, por exemplo". Revolucionar esse tipo de estudo, acrescenta Rabelo, "é importante porque a nanotecnologia é a base da próxima revolução industrial, e o pioneirismo do Brasil na área de instrumentação analítica em nanotecnologia permitirá a nossa inserção no mercado internacional". 

A FabNS é uma empresa de instrumentação científica que vai prestar serviços de caracterização e de consultoria no desenvolvimento de soluções que utilizam a espectroscopia óptica. Carro-chefe da empresa, o nanoscópio Porto será vendido a empresas de novos materiais e centros de pesquisa que trabalham com nanotecnologia.

Spin-off
Rabelo explica que a FabNS é uma espécie de spin-off do LabNS, o Laboratório de Nanoespectroscopia do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da UFMG. “Foi no LabNS que tivemos a ideia de criar a FabNS, fundada em 2020. A empresa tomou corpo por meio de aporte de um fundo de investimento associado à Fundação de Apoio da UFMG, a Fundep”, conta.

O primeiro nanoscópio, que ficava no LabNS, foi usado em pesquisa que mereceu destaque de capa da revista Nature no ano passado. O estudo, tema de matéria publicada no Portal UFMG, possibilitou o entendimento do grafeno como supercondutor. 

“A pesquisa que resultou no artigo publicado na Nature foi muito importante e mostrou a eficiência do nanoscópio. O Porto foi o primeiro nanoscópio que produzimos, utilizando nanoantenas óticas patenteadas por nós e que são o grande diferencial do nosso produto. Além do Porto, a FabNS também vai comercializar soluções e softwares para análise dos dados obtidos pelo equipamento”, conclui Rabelo.

A FabNS tem cinco sócios: o pesquisador Cassiano Rabelo, o engenheiro Hudson Miranda, o físico e servidor do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) Thiago Vasconcelos e o engenheiro Taiguara Tupinambás. Os professores Ado Jorio de Vasconcelos e Luiz Gustavo Cançado, ambos do Departamento de Física do ICEx, atuam como conselheiros no projeto. 

O evento de lançamento reunirá o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira e dirigentes do BH-TEC e da FabNS. Interessados em conhecer a FabNS no dia de sua inauguração podem retirar os ingressos para visitação de forma gratuita, pela internet.

Equipe da FabNS
Equipe da FabNS: Pedro Callado, Liliane Gade, Vitor Monken, Mário Buratto, Cassiano Rabelo, Hudson Miranda e Taiguara TupinambásArquivo pessoal

Luana Macieira