Grupos de pesquisa do Ieat promovem seminário sobre teorias e práticas urbanas
Encontros serão norteados pelo conceito de ‘caminhos’, ideia central da obra do sociólogo francês Henri Lefebvre
Nos meses de agosto, setembro e outubro serão realizados quatro encontros do Seminário teorias e práticas urbanas: caminhos, organizado pelos professores Geraldo Costa e Heloisa Costa, do Instituto de Geociências, Roberto Monte-Mór, da Faculdade de Ciências Econômicas, e Rita Velloso, da Escola de Arquitetura.
Inspirado em evento realizado em 2015, que resultou na publicação do livro Teorias e práticas urbanas: condições para a sociedade urbana, a série tem como fio condutor o conceito de "caminhos", trabalhado em diversos textos do filósofo e sociólogo francês Henri Lefebvre.
Refletir sobre "caminhos" vai de encontro à visão do autor sobre a indissociabilidade entre teoria e prática, enfatizando a necessidade de confrontar a filosofia com o mundo. Lefebvre argumenta que a compreensão do urbano deve sinalizar a adoção de uma estratégia em oposição à ideia de modelo, que estanca a capacidade criativa e torna a prática ilusória.
Para os encontros, foram convidados pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras que terão a oportunidade de vivenciar um ambiente de diálogo e troca de experiências, culminando na produção de uma coletânea de capítulos que será publicada posteriormente.
A série é resultado da articulação acadêmica de grupos de estudo contemplados pelo Programa Grupos de Pesquisa do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat): Das economias alternativas às alternativas à economia: explorando conceitos e práticas socioespaciais e culturais para além da racionalidade econômica, Cosmópolis: meta-método e As leis das ciências e da natureza e o desenvolvimento (in)sustentável: caminhos para o futuro saudável.
Quatro eixos
O evento se desenvolverá ao longo de quatro encontros, cada um com foco temático específico, que serão realizados em diferentes datas e locais. Conheça a programação.
Eixo Emancipação (10 e 11 de agosto, no auditório 1 da Face): debate vai se concentrar nas reflexões sobre os caminhos emancipatórios que podem ser indicados pelas teorias e práticas urbanas nos campos da política, da economia e das relações humanas e sociais.
Eixo Reprodução (30 e 31 de agosto, auditório do IGC): o foco será a reprodução, ou seja, análise dos mecanismos e processos que dão origem à comunidade e, por consequência, às cidades, como resultado de práticas e relações sociais (de produção-reprodução). A intenção é propor uma reflexão sobre o âmbito da práxis, no qual se eleva a luta emancipatória como primeiro plano da discussão e ação política.
Eixo Natureza (19 e 20 de setembro, auditório 1 da Face): o terceiro encontro, cujo tema é a natureza, discutirá como outras formas de sociedade – as comunidades tradicionais, por exemplo – e seus saberes e práticas de reprodução social e territorial podem resultar em experiências que estabeleçam relações mais respeitosas entre natureza e ser humano.
Eixo Utopia (16 e 17 de outubro, no auditório 1 da Face): o foco do último encontro recairá sobre as utopias. O objetivo é identificar, divulgar e debater utopias concretas e experimentais, que indicam novos modos de vida e futuros possíveis e alternativas de organização social e econômica.
As inscrições para as atividades que integram o seminário devem ser feitas pelo sistema Gestão de Eventos da UFMG. Certificados serão emitidos para os participantes que se inscreverem e assinarem a lista de presença nos dias do evento.