Institucional

Impacto da tecnologia no ensino e combate às mudanças climáticas terão destaque na nova gestão do ICB

Ricardo Gonçalves e Élida Rabelo tomam posse com proposta de colocar o Instituto na vanguarda de soluções: “Agora é a hora das Ciências Biológicas”

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Novos diretores foram eleitos com a proposta de uma gestão eficiente, que amplie ações bem-sucedidas dos mandatos anteriores
Foca Lisboa | UFMG

Os professores Ricardo Gonçalves e Élida Rabelo foram empossados na manhã desta quarta-feira, 1º de junho, pela reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, nos cargos de diretor e vice-diretora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) para o período de 2022 a 2026. A solenidade, transmitida pelo canal do ICB no YouTube, foi realizada no Auditório Cerrado e teve apresentação do Coral Cantáridas, coordenado pela professora Rosy Isaias.

A mesa foi composta também pelo vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira, o professor Carlos Augusto Rosa, diretor do ICB na gestão 2018-2022, e a professora Andrea Mara Macedo, diretora em 2014-2018, representando os dirigentes de gestões passadas.

A professora Glória Regina Franco, do Departamento de Bioquímica e Imunologia, homenageou os diretores que encerram o mandato e cumprimentou os novos gestores. Após lamentar a “súbita partida” do professor emérito Enio Cardillo Vieira, nesta semana, Glória mencionou os desafios de gerenciar um instituto cinquentenário, num contexto complexo. “Sempre pautados pelo conhecimento científico, vocês souberam lidar, com sabedoria, sensibilidade e segurança, com problemas críticos relacionados ao recrudescimento da pandemia de covid-19”, afirmou, dirigindo-se aos últimos gestores.

Ricardo
Ricardo Gonçalves: impactos da internet 5G, internet das coisas e inteligência artificialFoca Lisboa | UFMG

Protagonismo
“Discutir o ensino, o avanço tecnológico e a inovação no ICB será fundamental”, declarou Ricardo Gonçalves, demarcando uma de suas principais motivações para a nova missão. Isso, segundo ele, para que o Instituto mantenha o "protagonismo alcançado em âmbito nacional e internacional" no enfrentamento da pandemia de covid-19.

Para o novo diretor, é urgente discutir os impactos no ensino e na formação profissional de transformações como a tecnologia de ultravelocidade da internet 5G, a internet das coisas e a evolução da inteligência artificial. “Sabemos que muitas profissões serão extintas e novas surgirão. Precisamos nos antecipar e evoluir juntos, preparando nossos estudantes para o presente e para o futuro”, disse Gonçalves, ressaltando que a formação de recursos humanos que se espalharam pelo Brasil e pelo mundo é um dos maiores legados da história do ICB. 

Professor do Departamento de Patologia Geral, Ricardo Gonçalves também enfatizou a importância de o ICB estar na vanguarda do estudo de soluções que minimizem os impactos da exploração irracional dos recursos da natureza. “Estamos atravessando uma pandemia que já matou milhares de pessoas e ainda vemos surgir outras doenças, de causas obscuras ou advindas de outros animais. É preciso tomar medidas urgentes para evitar o avanço das mudanças climáticas e os consequentes desastres naturais. Agora é a hora das Ciências Biológicas”, reforçou, assumindo o compromisso de trabalhar pela renovação estrutural e de recursos humanos.

A vice-diretora Élida Rabelo, reeleita para o cargo, declarou que a próxima gestão será pautada pelos “mesmos valores democráticos” que orientaram as decisões tomadas no mandato anterior. Ao lembrar os desafios impostos por “uma das maiores crises sanitárias mundiais de todos os tempos”, ela destacou mudanças importantes nos modelos de ensino e aprendizagem empreendidas pela UFMG. “Isso levou o ICB e seus cientistas a uma projeção sem precedentes.” 

Élida
Élida Rabelo: "mesmos valores democráticos" que pautaram a última gestão Foca Lisboa | UFMG

“O desenvolvimento de vacinas em tempo recorde, a realização de diagnósticos e de pesquisas para novos tratamentos encheram de orgulho a nossa comunidade. Enquanto parte da diretoria, sinto que contribuí para isso”, avaliou Élida Rabelo, que atua no Departamento de Parasitologia. Ela agradeceu aos docentes e aos servidores técnico-administrativos que têm participação ativa em diversas instâncias da diretoria, colaborando para o destaque do Instituto, especialmente, no enfrentamento das dificuldades impostas pela pandemia de covid-19.

Laboratório, biblioteca e energia
Ao entregar o cargo que assumiu em 2018, o professor Carlos Rosa agradeceu “a todos pela cooperação e solidariedade durante o seu período de gestão da unidade”. Sobre Élida Rabelo, ressaltou a lealdade e importante atuação para que as ações propostas fossem implementadas com sucesso. Aos novos diretores, Carlos Rosa desejou melhor sorte nos próximos quatro anos: “Que venha um governo, após as eleições, que valorize a universidade e a ciência. Que trate a UFMG como um parceiro no enfrentamento dos problemas nacionais”. 

Carlos Rosa:
Carlos Rosa: "que venha um governo que valorize a universidade e a ciência"Foca Lisboa | UFMG

Após mencionar as dificuldades impostas à Universidade na última década, ele destacou três realizações que considera importantes para o ICB: a finalização do laboratório de biossegurança nível 3, a captação de recursos para melhoria da eficiência energética – que possibilitou a troca de todas as lâmpadas do prédio por LED – e a reinauguração da Biblioteca de Pós-graduação, que esteve fechada por quase dez anos.

Carlos Rosa, vinculado ao Departamento de Microbiologia, fez uma homenagem aos professores eméritos e demais servidores “que nos deixaram nestes últimos quatro anos”, salientando o relacionamento que teve com os docentes Enio Cardillo e Tomaz Aroldo da Mota Santos. Com o primeiro, ressaltou, teve grandes aprendizados pessoais e acadêmicos. Sobre Tomaz Aroldo, disse que “era um visionário na administração e foi o responsável por idealizar a atual estrutura organizacional do ICB”. Carlos Rosa retoma suas atividades didáticas e de pesquisa no Laboratório de Taxonomia, Biodiversidade e Biotecnologia de Fungos.

Compromissos
Sandra Goulart Almeida deu aos professores Ricardo e Élida as boas-vindas, em nome do grupo de dirigentes que representam a UFMG perante a comunidade acadêmica e a sociedade. Ela disse estar certa do trabalho integrado para construir a universidade desejada para as gerações vindouras. “Ficamos à disposição de vocês para apoiar as ações que deem cada vez mais relevância ao trabalho aqui realizado e para atravessarmos o momento ainda turbulento pelo qual passa a humanidade e, em especial, o Brasil”, comprometeu-se.

Sandra Goulart:
Sandra Goulart: vocação do ICB para produção inovadora de conhecimento e diversidade de áreas de açãoFoca Lisboa | UFMG

A reitora afirmou estar consciente de que o ICB tem posição estratégica para a UFMG e de que há muitas demandas visando ao avanço na valorização do trabalho de pesquisa, ensino e extensão. Ela também reconheceu que a unidade enfrenta problemas, com graus de urgência variados. “Como um dos mais relevantes institutos de pesquisa do Brasil, e também do cenário internacional, o ICB prima pela excelência acadêmica, atestando sua vocação para agir incisivamente na produção inovadora de conhecimento, na diversidade de suas áreas de ação e na fronteira dos campos disciplinares cada vez mais interconectados”, afirmou. 

Para Sandra Goulart, essa disposição para o avanço e a difusão da excelência do trabalho produzido no Instituto implica desafios próprios. “Eles terão nossa atenção, e buscaremos os melhores caminhos e as soluções mais viáveis, mesmo em um cenário tão adverso, marcado pelos recentes bloqueios orçamentários, que põem em risco áreas imprescindíveis para o futuro do país.”

‘Cuidado das pessoas’
Ricardo Gonçalves e Elida Rabelo receberam 97,02% dos votos válidos ponderados na consulta eletrônica à comunidade que escolheu a nova diretoria do ICB, no início do ano. Eles foram eleitos com a proposta de uma gestão eficiente, que amplie as ações bem-sucedidas dos últimos mandatos. 

O programa de trabalho dos diretores empossados destaca, como prioridades, o “cuidado das pessoas”, o estímulo às ações de extensão, o fortalecimento e a integração dos grupos de pesquisa e dos programas de pós-graduação, a criação de núcleos de apoio para discussão de metodologias inovadoras de ensino frente às novas tecnologias, além de intervenções estruturais para renovação do ICB.

Participaram também da cerimônia de posse professores eméritos, dirigentes de unidades, servidores técnico-administrativos e docentes, da ativa e aposentados, profissionais prestadores de serviços, estudantes e membros da equipe de gestão da UFMG, além de amigos e familiares dos novos gestores.

Dayse Lacerda | Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB