Licinia Correa e Shirley Miranda assumem a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis
Cerimônia de transmissão de cargo realizada nesta sexta-feira marcou a despedida do professor Tarcísio Mauro Vago, que se aposentou
Em cerimônia realizada na Sala de Sessões do prédio da Reitoria, nesta sexta-feira, dia 9, as professoras Licinia Maria Correa e Shirley Aparecida Miranda assumiram formalmente os cargos de pró-reitora e pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis. A solenidade, realizada após a reunião da equipe do Reitorado, marcou a despedida do professor Tarcísio Mauro Vago, que se aposentou. Tarcísio era titular da Prae desde 2014, quando a Pró-reitoria foi criada.
Tatá, como é conhecido pelos amigos e colegas de trabalho, recebeu muitas homenagens durante a transmissão de cargo. “Ele foi um dos autores da proposta de criação da Prae e teve papel fundamental em sua construção”, salientou a reitora Sandra Regina Goulart Almeida. Ela lembrou que aposentadoria não significa se afastar de suas origens. “Significa apenas mais tempo livre para nos ajudar. Da UFMG a gente nunca sai e nunca quer sair”, brincou.
O vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira disse que Tarcísio foi “companheiro de todas as horas” e figura importante em ao menos três processos: a estruturação da Prae, o reposicionamento da política de assistência estudantil e a deflagração do modelo de assistência na pós-graduação.
Sua sucessora, a professora Licinia Correa, até então pró-reitora adjunta, destacou a descoberta de afinidades e as “histórias entrecruzadas” que vivenciou com Tarcísio Vago. “O mais importante é que compartilhamos valores, princípios, sonhos e a utopia de uma universidade para todos”, disse a nova pró-reitora, que também elogiou sua companheira de Prae, a professora Shirley Miranda, que aceitou o desafio de assumir a empreitada.
Licinia discorreu brevemente sobre sua “história de vida muito improvável” e lembrou-se da mãe e das avós, que trabalhavam como lavadeiras. “Também devo a elas a minha presença aqui hoje”, emocionou-se.
Expansão de direitos
“São quatro os meus lugares de afeto na UFMG”, disse Tarcísio Vago no início do seu pronunciamento. O primeiro é a Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, aonde chegou aos 17 anos como estudante e da qual se tornou professor em 2 de janeiro de 1986. A estação seguinte foi o Centro Pedagógico, do qual foi diretor. “Foi lá que ganhei o apelido de ‘Tatá’, dado pelas crianças”, comentou, emocionado. Seu terceiro lugar de afeto, contou, é a Faculdade de Educação, onde fez mestrado. E, por fim, a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, que ajudou a fundar em 2014. “Foram oito anos difíceis, em que as novas gerações correram grandes riscos por causa das restrições orçamentárias. Mas a UFMG fez tudo o que a sociedade espera dela e expandiu direitos”, analisou, citando iniciativas como a criação do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), da Comissão de Saúde Mental e a resolução do nome social.
Tarcísio Vago destacou a transformação na paisagem humana da UFMG nesses oito anos. “Muita gente que até há pouco tempo não passava nem na nossa porta hoje está integrada aos nossos grupos acadêmicos” disse. Mesmo retirando-se de cena, Tatá garantiu que continuará à disposição da UFMG: “Se me chamarem, eu estarei aqui no menor tempo possível".
Trajetórias
Licinia Maria Correa é professora associada da Faculdade de Educação da UFMG. Tem mestrado em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo, doutorado em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Araraquara) e fez residência pós-doutoral em Sociologia na Università degli Studi di Pádova (Itália). No ensino, sua atuação está centrada em temas da Sociologia da Educação em interface com a Sociologia da Juventude. Na pesquisa, dedica-se principalmente aos temas juventude e escola, cultura juvenil e cultura escolar, ensino médio e relação entre jovens, escola e mundo do trabalho.
Shirley Miranda também é professora associada da FaE, onde cursou mestrado e doutorado. Com estágio pós-doutoral em Ciências Sociais no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal), integra a equipe de docentes da Formação Intercultural de Educadores Indígenas (Fiei) e a Comissão de Ações Afirmativas do Programa de Pós-graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social. Desenvolve pesquisas sobre políticas educacionais e diversidade étnico-racial e cultural com foco na educação indígena e quilombola.