Mesmo com números alarmantes da pandemia, crescem os registros de festas clandestinas no país
Psicanalista Fábio Belo, professor do Departamento de Psicologia da UFMG, avaliou comportamento de jovens que participam desses eventos
Nas últimas semanas, mesmo com os números alarmantes e medidas mais duras de distanciamento social estabelecidas por prefeitos e governadores, as taxas de isolamento seguem abaixo dos 70% recomendados para conter o vírus. Além disso, muitas pessoas, especialmente jovens e adultos, insistem em ignorar o distanciamento e ir a festas e aglomerações.
Segundo uma reportagem da Revista Veja sobre o submundo das festas clandestinas, o número médio de denúncias diárias de festas e aglomerações registradas no país chega a 800. Já em fevereiro, no carnaval, esse número chegou a 5.000 festas por dia. A reportagem denuncia um submundo de produtores e empresas que geram uma indústria de ilegalidade ao redor do país, organizando eventos, enganando autoridades, mudando endereços, fazendo esquemas de divulgação anônimos e omitindo destinos em um sistema de transporte ilícito.
Os jovens que participam desses eventos certamente pensam que são inatingíveis ou que a diversão de apenas uma noite não faz mal. Mas é importante dizer que o vírus não atinge de maneira grave somente idosos ou pessoas com comorbidades, e que os jovens também podem ter condições de saúde não notificadas que levem à morte. O avanço da doença não é previsível e a melhor forma de evitar quadros graves é não contrair o vírus, seguindo as medidas de distanciamento.
No programa Expresso 104,5, da Rádio UFMG Educativa, o psicanalista Fábio Belo, professor do Departamento de Psicologia da UFMG, analisou a situação. A entrevista foi ao ar nesta quinta-feira, 1º.