Morre a professora Inês Teixeira, da Faculdade de Educação
Ela dedicou grande parte de sua pesquisa ao trabalho docente e teve trajetória marcada pela defesa dos direitos humanos
Morreu na última segunda-feira, 1º de agosto, a professora Inês Assunção de Castro Teixeira, da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG. Ela estava aposentada desde 2017 e ainda atuou por cerca de dois anos como voluntária.
Inês, que foi sepultada ontem em Oliveira (MG), cidade natal, enfrentou um câncer durante pouco mais de um ano. A missa de sétimo dia será neste sábado, 6 de agosto, às 16 horas, na Capela do Colégio Arnaldo (Rua Ceará, 864)
Inês Teixeira, que se dedicou sobretudo à área de sociologia da educação, concentrou interesse em temas como docência e direitos humanos. Bacharel e licenciada em Ciências Sociais pela UFMG, tornou-se, na década de 1990, mestre e doutora em Educação, ainda na Universidade.
“Inês foi professora e pesquisadora de referência no cenário nacional e era muito sensível sobre temas muito caros pra nós, como a educação, os direitos humanos e o trabalho docente”, afirmou a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida.
Senso de justiça
A também professora aposentada da FaE Samira Zandan conta que o período de tratamento e a morte de Inês Teixeira mobilizaram intensamente os muitos amigos e ex-colegas. Para Samira, Inês foi uma “professora empolgante” e sempre muito comprometida com os assuntos institucionais. Ela destaca a dedicação da pesquisadora às questões vinculadas ao trabalho e à vida dos professores e às discussões sobre gênero e situação da mulher. Nos últimos tempos, Inês Teixeira focou sua atuação na relação entre cinema e educação.
“Inês era muito presente e solidária com todos em volta dela. Tinha forte senso de justiça e cuidado especial com os estudantes pobres, negros e indígenas. E era incansável, cheia de ideias que transformava em ação”, Samira recorda.
Inês Teixeira fez estudos de pós-doutorado na Universidade de Barcelona (Espanha), na Universidad Autónoma Metropolitana (México) e Universidade de São Paulo. Foi pesquisadora do CNPq e do Grupo de Pesquisa sobre Condição e Formação Docente (Prodoc) e do Grupo Mutum: Educação, Docência e Cinema. Integrou a Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual (Rede Kino). Antes da UFMG, lecionou também na PUC Minas e na Uemg; mais recentemente, esteve como professora visitante na Universidade Federal da Paraíba.
Entre outras obras, Inês publicou os livros Telas da docência: professores, professoras e cinema, Outras terras à vista (ambos pela Autêntica), e Viver e contar experiências e práticas de professores de matemática (Livraria da Física). Coorganizou a Coleção Educação, Cultura e Cinema, da Autêntica, e a seção Educar o olhar da Revista Presença Pedagógica.
Inês deixou dois filhos, uma filha e um casal de netos.