Morre o professor Friedrich Renger, do Instituto de Geociências
Velório será na manhã deste sábado, 29, em Belo Horizonte
Morreu hoje (sexta, 28 de outubro), aos 84 anos, o professor Friedrich Renger, aposentado do Instituto de Geociências (IGC). Ele não resistiu às consequências de uma diverticulite, que o deixaram internado por cerca de três meses.
O velório será amanhã, sábado, das 9h às 11h, no cemitério Bosque da Esperança (Rua Aldemiro Fernandes Torres, 1.500, bairro Jaqueline, em Belo Horizonte), onde o corpo será sepultado.
Nascido na Alemanha, Renger veio para o Brasil para pesquisas de doutorado sobre o diamante, sob orientação de Reinhard Pflug. Com um grupo de geólogos alemães, ele participou da consolidação do Instituto Eschwege, em Diamantina (MG), que daria origem à Casa da Glória, integrada à UFMG. Antes de ingressar como docente na Universidade, trabalhou em empresas no Nordeste e no Rio de Janeiro.
“O professor Renger deu contribuição fundamental para o Departamento de Geologia. Foi um raríssimo exemplo de profissional que chega à universidade vindo da indústria. Usou sua experiência extraordinária para ensinar tópicos como a prospecção mineral”, afirma a professora Lydia Lobato, do IGC.
Marcia Machado, também professora do IGC, foi orientada por Friedrich Renger no doutorado. “Ele foi um professor extremamente competente e generoso no compartilhamento de conhecimento e bibliografias. Também adorava a história da mineração, do ouro, da cartografia, escreveu e traduziu livros sobre esses e outros assuntos”, diz.
A viúva, Elisabeth Renger (Tisa), lembra que o professor publicou obras também sobre viagens de naturalistas no Brasil para instituições como a Fundação João Pinheiro (FJP) e atuou como consultor na implantação do Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau), localizado na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. “Ele conhecia a Serra do Espinhaço como a palma da mão”, ela conta.
Formação acadêmica na Alemanha
Friedrich Enger graduou-se em Geologia pela Freie Universität Berlin, em 1966, e completou o doutorado, também em Geologia, na Universitat Heidelberg, três anos depois. Sua atuação concentrou-se em geologia regional (Serra do Espinhaço, Quadrilátero Ferrífero), história da geologia e mineração de ouro e diamante, patrimônio geológico, geoconservação e geoturismo. Integrou os conselhos editoriais da revista Geonomos, da Coleção Mineiriana da FJP e da Revista Brasileira de Cartografia.
Em abril de 2013, a Agência Minas publicou reportagem sobre a reedição da obra Noções geográficas e administrativas da Província de Minas Gerais (1862), do cartógrafo alemão Henrique Gerber, organizada por Friedrich Renger. O volume integra a Coleção Mineiriana da FJP.
Além de Tisa, Friedrich Renger deixa quatro filhas e cinco netos.