Morreu neste sábado, dia 8, aos 77 anos, o economista Jacques Schwartzman, professor da Faculdade de Ciências Econômicas e um dos principais especialistas brasileiros em ensino superior. Schwartzman era graduado em Economia e mestre em Economia Regional pela UFMG e também cursou mestrado e doutorado na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

O corpo de Jacques Schwartzman está sendo velado no Cemitério Israelita (Rua Isabel Bueno, 1.382, bairro Jaraguá, em Belo Horizonte), onde será sepultado às 11h30.

O professor ocupou vários cargos de gestão na UFMG, como os de diretor da Face (1982-1986), de pró-reitor de Planejamento (1990-1994), durante a gestão da professora Vanessa Guimarães Pinto, de presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead), de 1995 a 1998, e de diretor executivo da Fundep (1998-2002). Fora da UFMG, foi secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, de 2003 a 2007, período em que exerceu papel decisivo na criação do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC). 

Nos últimos anos, ele dirigiu o Centro de Estudos sobre Ensino Superior e Políticas Públicas para a Educação (Cespe), criado em 2003 com a finalidade de desenvolver estudos nas áreas de educação superior e de políticas para a educação, com foco, sobretudo, no custo e no financiamento das instituições.

Defesa da eficiência
O professor Hugo da Gama Cerqueira, da Face, conta que foi aluno de Jacques no início dos anos 1980, ainda na graduação. “Ele dava aulas de Economia brasileira e era um professor empenhado, rigoroso. Suas provas eram longuíssimas, duravam de três a quatro horas”, recorda-se Cerqueira, para quem esse estilo marcou toda a sua trajetória como docente e gestor: “Ele defendia a máxima eficiência na gestão de recursos humanos e financeiros para alcançar os melhores resultados. Era um entusiasta da construção de indicadores e estabelecimento de metas".

Hugo Cerqueira lembra ainda que Jacques foi um dos primeiros alunos do mestrado do Cedeplar, no fim dos anos 1960, e organizou um manual em economia regional, que teve papel importante na formação de especialistas na área. “Mais tarde, na esteira de sua experiência na administração pública, ele passou a desenvolver estudos sobre economia da educação, área até então pouco explorada no país”, afirma Hugo, referindo-se ao campo ao qual Schwartzman dedicou-se nos últimos anos.

O hábito de trabalhar com métodos, indicadores e metas também marcou a gestão de Schwartzman na Fundep, afirma o atual presidente, Jaime Arturo Ramírez. “Disso resultou a possibilidade de criação do Fundo de Desenvolvimento Institucional, que é, sem dúvida, sua grande contribuição", destaca Ramírez.