Pesquisadores da UFMG criticam mineração na Serra do Curral
Especialistas explicam a relevância histórica e ambiental da Serra, e os problemas gerados pela mineração
A Serra do Curral, localizada em Belo Horizonte, foi eleita símbolo da cidade em 1998 pelos moradores. Importante ponto da paisagem, a Serra é de grande importância histórica e ambiental. No entanto, há tempos existe a possibilidade de mineração na região.
No dia 30 de abril, sábado, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Copam) concedeu licença para exploração minerária à empresa Taquaril Mineração S.A (Tamisa). Desde então, diversas partes da sociedade vêm se mobilizando contra o início da mineração na Serra.
O Governo de Minas Gerais, em nota oficial, apontou que “os processos de licenciamento são formalizados com amplos estudos técnicos que servem de suporte para decisão dos conselheiros da Câmara de Atividades Minerárias (CMI) e do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam)”. Além disso, a nota reafirma a autoridade do órgão responsável.
Por sua vez, na terça-feira (03), a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Procuradoria-Geral do Município, ajuizou ação judicial requerendo a suspensão do licenciamento ambiental. A Prefeitura, em um documento de 31 páginas, elencou diversos impactos da exploração minerária da Serra do Curral, que podem ser sentidos em Belo Horizonte.
Em nota, o Minas Mundo e diversas sociedades científicas criticaram a autorização cedida pelo Copam para mineração na Serra. Eles afirmam que essa aprovação prende o estado, sua população e suas terras a uma “‘vocação mineral’ que tem se demonstrado fartamente catastrófica”, já que a extração de minerais duraria por volta de 13 anos, e, por consequência, resultaria no abandono da região e fim de um símbolo da identidade belo-horizontina.
Por fim, o grupo afirma na nota que entrou com uma ação no Ministério Público de Minas Gerais solicitando a suspensão da autorização concedida pelo Copam. Para ler a nota na íntegra, clique aqui.
Em entrevista à TV UFMG, Marcus Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão, explica a relevância histórica e ambiental da Serra do Curral, e os problemas gerados pela mineração. Apolo Heringer, professor aposentado da Medicina UFMG e idealizador do Projeto, discute a importância das movimentações contra a mineração. Por fim, Thales Freire, mestre em Direito pela UFMG e autor da primeira ação contra o início das atividades de mineração na Serra do Curral, comenta sobre o papel das políticas públicas na preservação do meio ambiente.
Equipe: Diego Balduino Vieira, Helena Mastrobuono e Pablo Paixão (produção); Marcelo Duarte e Otávio Zonatto (edição de imagens); Diego Balduino Vieira, Helena Mastrobuono, Ruleandson do Carmo e Soraya Fideles (reportagem); Ruleandson do Carmo (edição de conteúdo).