Pesquisadores da Física abordam descoberta de novo buraco negro na Via Láctea
Eles explicam seu impacto para a Terra e apresentam curiosidades sobre o espaço cósmico
No dia 12 de maio, foi revelada a primeira imagem do Sagitário A*, buraco negro localizado bem no centro da nossa galáxia. As imagens foram captadas em 2017, mas as análises dos dados demoraram cerca de cinco anos até resultarem na imagem divulgada no mês passado. O feito é de autoria de cientistas do Event Horizon Telescope (EHT), projeto que reúne pesquisadores do mundo todo.
O Sagitário A* é um buraco negro supermassivo com cerca de 4 milhões de massas solares – unidade de medida utilizada na astronomia para calcular a massa de corpos de grandes dimensões. Embora a imagem só tenha sido divulgada agora, estudos sobre sua existência remontam à década de 1970.
O que são buracos negros?
Segundo pesquisadores do Grupo de Física Teórica Fundamental (GFT) da UFMG, buracos negros são corpos com campo gravitacional intenso, massivo e denso, característica que impede outros corpos e radiações de alcançar velocidade suficiente para sair de seu interior. O fenômeno ocorre, inclusive, com a luz. Segundo o professor do Departamento de Física e coordenador do GFT/UFMG, Nelson Yokomizo, os estudos sobre buracos negros ganharam destaque com a teoria de gravitação de Albert Einstein. O cientista observou que os feixes de luz poderiam ser atraídos por corpos que tinham massa e, consequentemente, gravidade.
O grupo da UFMG estuda inúmeros temas da astronomia, como teoria quântica de campos em espaços-tempos curvos, cosmologia, física matemática, relatividade geral e gravidade quântica. O GFT tem se dedicado também aos estudos sobre buracos negros por meio dos trabalhos de mestrado e doutorado desenvolvidos por Filipe Menezes.
O pesquisador é titular do canal Uai Física, criado durante a pandemia para divulgar assuntos que ele estuda na Universidade a um público ampliado. “A física não é para poucas pessoas, ela tem que ser para todo mundo”, defende Menezes.
Equipe: Amanda Gomes (produção e reportagem), Ravik Gomes (imagens), Gabriel Lisboa (videografismo), Márcia Botelho (edição de imagens) e Vitória Brunini (edição de conteúdo)