Prae lança nova chamada para apoiar projetos desenvolvidos por estudantes
Quarenta propostas em áreas como cultura, lazer, educação e cidadania serão financiadas
De 20 a 30 de junho, projetos acadêmicos propostos por estudantes de graduação poderão ser inscritos para receber apoio financeiro da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae). O processo, regulamentado em mais uma edição da chamada Prae de Apoio a Projetos de Permanência de Estudantes, busca estimular o protagonismo estudantil e o incentivo à cultura, à arte, ao lazer, à saúde, à educação, à ciência e ao debate de questões sociais.
Para participar, individual ou coletivamente — como parte de grupos de estudos e pesquisa, observatórios, projetos, programas e similares com mais de três participantes —, os estudantes regularmente matriculados e frequentes devem submeter suas propostas de acordo com as diretrizes do edital. O apoio e a atuação de pós-graduandos e professores são permitidos no desenvolvimento e na execução das iniciativas.
O propósito do projeto precisa ser explicitado em documento em que devem constar o título, os nomes dos integrantes, a descrição da proposta, a exposição de justificativas para sua relevância, o objetivo que se pretende alcançar e o cronograma de divulgação. O texto precisa ser enviado em conjunto com os demais documentos requisitados no momento de inscrição.
No dia 22 de julho, serão divulgados os resultados da chamada. Até 40 propostas poderão ser apoiadas, sendo 20 para projetos coletivos e igual número para individuais. Os participantes receberão certificados emitidos pela Prae e encaminhados por e-mail. Os projetos concluídos ou em andamento serão apresentados, em outubro, durante a Semana do Conhecimento UFMG e em mostra virtual hospedada no site da Prae.
Os auxílios oferecidos são de R$500 (propostas individuais) e R$1.500 (coletivas). Metade do valor disponível na chamada destina-se a estudantes assistidos pela UFMG. A outra metade poderá financiar iniciativas de ampla concorrência. Ao menos 50% dos projetos aprovados devem estar compromissados com as ações afirmativas e tratar de gênero, raça, inclusão de pessoas com deficiência e outros temas.
Reinvenção
A diretora de Políticas de Apoio a Projetos de Estudantes da Prae, Márcia Lousada, acredita que projetos estudantis têm grande potencial para reinventar a Universidade. “O diálogo com as pautas juvenis torna a instituição mais acolhedora e contemporânea e favorece o sentimento de pertencimento entre os universitários. Eles se sentem coautores dessa transformação”, afirma a professora.
Projetos aprovados em chamadas anteriores confirmam essa vitalidade. É o caso da iniciativa Democratizando os acessos: curso de inglês afrocentrado, coordenada pela estudante de jornalismo Jenifer Fonseca. Na chamada de 2021, o recurso recebido pelo projeto foi empregado na remuneração de professoras e na elaboração de material didático para o curso desenvolvido.
O curso que fomenta o ensino da língua inglesa para a população negra foi idealizado pelo coletivo Centro de Convivência Negra da UFMG. A formação havia sido implementada em 2020, quando ficou patente que o nível de proficiência em inglês era um diferencial em processos de contratação para fazer frente à crise e ao desemprego. Cinquenta alunos, divididos em duas turmas, participaram da primeira edição. “Recebemos mais de 800 inscrições, foi muito impactante. Só nas primeiras 24 horas foram 350 inscrições”, exemplifica Jenifer.
O recurso viabilizado pela chamada Prae impulsionou o alcance do projeto. A segunda edição, já com o suporte financeiro, possibilitou a formação de três turmas destinadas ao aprendizado do inglês fundamental, com 54 alunos, entre graduandos, técnicos e prestadores de serviço. O material de apoio foi produzido por Marcela Gonzaga e Michelle Gontijo.
Feminismo e medicina popular
Outra iniciativa de impacto na vida estudantil é o projeto Bruxas da Modernidade, que divulga a história de mulheres em seus perfis no Instagram e no YouTube. Criado em 2020, com base em pesquisa de iniciação científica desenvolvida por Gabrielle Noacco e Gabriela Sarmento, do curso de História, o perfil tem mais de oito mil seguidores.
As práticas da medicina popular foram abordadas pela Tenda Paiê, apoiada em 2018 e coordenada por Crisangela Elen de Souza, então graduanda em Geografia. A iniciativa reuniu práticas integrativas e complementares em saúde com o objetivo de atender estudantes da Moradia Universitária com métodos alternativos de tratamento.