Restauração de rios altera a paisagem urbana de BH
Professor do IGC estudou os resultados da reabilitação de três cursos d’água na capital
Por muitos anos, a canalização de rios que correm em território urbano era a principal alternativa utilizada para a prevenção de inundações. Essa medida, no entanto, excluiu os cursos d’água da cidade e não foi capaz de evitar diversos episódios de enchentes em Belo Horizonte. No fim da década de 1990, a Prefeitura da capital mineira lançou o Plano Diretor de Drenagem (PDD), que passou a recomendar que os cursos d’água retornassem ao cenário urbano por meio da construção de parques lineares e do uso de técnicas que promovessem menos alterações nos caminhos traçados pelos rios.
No início dos anos 2000, foi criado o Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (Drenurbs), que, de acordo com a Instrução Técnica para Elaboração de Estudos e Projetos de Drenagem da PBH, tem “o objetivo de propor ações para o melhoramento ambiental priorizando a recuperação e preservação de cerca de 200 quilômetros de cursos d’água em leito aberto na malha urbana, distribuídos em 47 bacias hidrográficas”. O processo de reabilitação inclui a despoluição dos cursos d’agua, a retirada e realocação das famílias que moram no entorno, a construção de parques lineares e o diálogo com a comunidade para estabelecer as medidas.
Com o objetivo de avaliar os resultados em longo prazo, o professor Diego Macedo, do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da UFMG, desenvolveu um estudo em três áreas que passaram por esse tipo de intervenção – parques Baleares, Primeiro de Maio e Nossa Senhora da Piedade – e avaliou os impactos sociais, ecológicos e na qualidade das águas.
Em entrevista à TV UFMG, o pesquisador analisa os resultados encontrados.
Equipe: Laura Bragança (produção e reportagem), Soraya Fideles (reportagem), Ângelo Araújo, Ravik Gomes e Samuel do Vale (imagens), Marcia Botelho (edição de imagens) e Flávia Moraes (edição de conteúdo)