Ensino

Seminário discutiu práticas docentes nas licenciaturas

Palestras e conversas reforçaram importância da relação próxima da UFMG com a educação básica

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'Arte, corpo e movimento: vivências do Pibid Artes UFMG' foi uma das oficinas oferecidas no eventoFoto: Jussara Fernandino | UFMG

“É preciso uma aldeia inteira para formar um professor, uma professora, então nós pensamos a UFMG como essa aldeia e a relação da Universidade com a educação básica. Precisamos de articulação da sociedade para que possamos fazer essa formação e sustentar esses professores e essas professoras”, disse, citando um provérbio africano, a professora Álida Angélica Alves Leal, ao abrir, no final da semana passada, o 3º Seminário de práticas docentes vivenciadas nas licenciaturas da UFMG. Álida Leal é presidente da Comissão para Discussão e Elaboração das Políticas de Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica da UFMG (Comfic), que organizou o evento.

O seminário recebeu 550 inscrições de participantes e 280 inscrições para 23 oficinas (alguns participantes se inscreveram em duas oficinas). A abertura teve a presença da pró-reitora adjunta de Graduação, Maria José Flores, e da pró-reitora de Extensão, Cláudia Mayorga. Da Comfic, participaram as representantes da Secretaria de Educação de Belo Horizonte na Comissão, Caroline Mendes, e da Secretaria Estadual de Educação, Ellen Lima, e o professor do Colégio Técnico (Coltec) e representante da Escola de Educação Básica e Profissional da UFMG (Ebap), Eliezer Costa.

O evento teve duas palestras, uma sobre a produção de uma educação antirracista e a outra sobre limites e possibilidades da relação entre a universidade e as escolas de educação básica. Uma mesa-redonda abrigou debate sobre a violência contra a escola. 

Na exposição de abertura, Luana Tolentino, doutoranda em Educação na UFMG e professora de História da educação básica há 15 anos, recomendou aos estudantes de licenciatura que não venham para a Universidade apenas para cumprir os créditos e conseguir um diploma. “Venham para garantir a permanência desse espaço e, mais do que isso, para abrir portas para que mais pessoas como eu e tantas outras que estão aqui nesse auditório, que tiveram muita dificuldade para chegar até aqui, possam também estar aqui”, disse. Segundo Luana, é preciso pensar a travessia na Universidade como uma oportunidade de afirmar e garantir direitos e de contribuir para o fortalecimento da democracia.

A mesa-redonda Dialogando com profissionais da educação básica foi formada pelas professoras Analise da Silva, pedagoga e historiadora e professora da Faculdade de Educação da UFMG, Sílvia Ulisses de Jesus, pedagoga e professora da educação básica dos anos iniciais nas redes municipais de Belo Horizonte e Sabará, e Salete Mamedes Bittencourt, pedagoga e professora da rede municipal da capital. Luciano Campos, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) fez a palestra de encerramento.  

As palestras e a mesa-redonda foram gravadas e estão disponíveis no YouTube. As 23 oficinas trataram de temas variados.

‘No chão das escolas’
A UFMG tem hoje mais de cinco mil estudantes nas 18 licenciaturas que oferece. “Nós temos muita clareza de que, para cumprir a nossa missão com excelência e relevância social, precisamos estender as ações da Universidade para muito além do que aqui é feito em termos de ensino, pesquisa e extensão. Precisamos estar dentro das escolas, no chão das escolas”, disse, no encerramento do seminário, o pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira.

Ele acrescentou que o desafio agora é pensar em ações orgânicas dentro dos cursos que melhorem o processo de formação dos futuros professores e, ao mesmo tempo, as experiências de ensino-aprendizagem dos estudantes que chegarão em breve à UFMG, que tem se tornado cada vez mais inclusiva. “Isso é, para a gente, uma conquista e um valor muito importante”, disse o pró-reitor.

Carol Carvalho | Assessoria de Comunicação e Eventos da Prograd