Sistema de prevenção de incêndios vence prêmio de melhores práticas em captação internacional
UFMG e outras instituições desenvolveram o projeto, com gestão financeira da Fundep
O projeto Desenvolvimento de Sistemas de Prevenção de Incêndios Florestais e Monitoramento da Cobertura Vegetal no Cerrado Brasileiro (FIP Monitoramento Cerrado) foi o vencedor do Prêmio Sain-ABDE de Melhores Práticas em Captação Internacional, na categoria Governo federal, concedido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) e pela Secretaria de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia.
Implementado de 2016 a 2021, o projeto desenvolvido pela UFMG, pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) captou mais de R$ 40 milhões do Banco Mundial e gerou benefício social de aproximadamente R$ 264 milhões. A Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) foi responsável pelo acompanhamento financeiro e supervisão técnica do projeto.
A análise de avaliação também concluiu que o custo-benefício do projeto, considerando o valor de retorno social, econômico e ambiental criado como resultado do investimento, foi de R$ 5,89 para cada real investido, ou seja, 459% de retorno em relação ao investimento aportado.
Segundo Fabiana Bonela, coordenadora do braço Apoiadoras Externas do Centro Integrado de Atendimento da Gestão de Projetos da Fundep, coube à Fundação contratar mais de 200 pessoas, bolsistas e celetistas de vários estados do país, estabelecer contato direto mensal com o Banco Mundial e coordenar reuniões de monitoramento e envio de prestações de contas trimestrais. A Fundação também se responsabilizou pela compra de equipamentos, materiais de consumo, passagens, pagamento de diárias, realização de eventos e contratação de serviços especializados.
Indicadores
Os avanços do projeto FIP Monitoramento Cerrado foram mensurados com base nos indicadores que consideraram a disponibilização regular de informações sobre supressão da cobertura vegetal nativa, risco de incêndios florestais, potencial de espalhamento do fogo, estimativas de emissões de gases de efeito estufa e utilização desses dados pelos órgãos governamentais responsáveis pela formulação de políticas públicas, controle da supressão da cobertura vegetal nativa e prevenção de incêndios florestais. As metas dos principais indicadores propostos foram totalmente alcançadas.
Os conhecimentos obtidos por meio do desenvolvimento de metodologias e do aprimoramento dos sistemas de monitoramento do projeto vencedor auxiliaram a estruturação de outro programa, o Biomas BR – Cerrado MCTI, que tem o objetivo de estabelecer métodos inovadores para acompanhamento do bioma.
O cerrado cobre 24% do território nacional. O projeto surgiu de demanda nacional estratégica de monitorar o uso de recursos naturais do bioma, atuando no fortalecimento institucional para o combate a queimadas.
Entre as instituições envolvidas e beneficiadas pelo projeto estão o Inpe, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo), órgãos de meio ambiente estaduais e municipais, brigadas de combate a incêndios florestais, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério do Desenvolvimento Rural (MDA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Nacional do índio (Funai), o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).