Equipe de pesquisadores da UFMG vai a campo capacitar profissionais de atenção básica em saúde para utilizar o aplicativo NotiVIVA, que registra ocorrências de violência contra a mulher. A ferramenta foi desenvolvida em 2022 pelo grupo de pesquisa Observatório de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, da Escola de Enfermagem da UFMG, em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.  

Em entrevista à TV UFMG, a professora Deborah Malta, da Escola de Enfermagem, e a doutoranda em Saúde Pública da Faculdade de Medicina Nádia Vasconcelos falam sobre violência de gênero e destacam as contribuições do aplicativo. 

Subnotificações
Anualmente, no Agosto Lilás, celebra-se o aniversário da Lei Maria da Penha (11.340/2006) que, em 2023, completa 17 anos. A legislação federal busca identificar, prevenir e acabar com as violências cometidas contra as mulheres.  

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, 16,4 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência em 2022. Apesar do número alarmante, a violência contra a mulher é subnotificada nos serviços públicos de saúde. Apenas um quinto (19,5%) dos casos é registrado nos serviços básicos de saúde. A violência psicológica, por exemplo, que, na percepção das mulheres ouvidas pela PNS foi de 18,5%, é inferior a 1% na maioria dos estados, segundo registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 

Sobre o NotiVIVA
O aplicativo  foi lançado em novembro de 2022. É uma ferramenta off-line (funciona sem internet), gratuita, disponibilizada para os sistemas operacionais i0S (versão 5) e Android (versão 6) e de desenvolvimento híbrido, garantindo acesso rápido e prático ao seu conteúdo informativo.

Ficha técnica
Soraya Fideles (produção, reportagem e edição de conteúdo), Lucas Tunes (imagens), Patrick Tales e Márcia Botelho (edição de imagens)