UFMG vai desenvolver estudos focados no Zoneamento Ambiental Produtivo
Parceria com o governo de Minas foi firmada nesta quarta-feira
A UFMG e as secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais assinaram nesta quarta-feira, 30 de março, termo de cooperação técnica para criação do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Zoneamento Ambiental Produtivo (NEPZAP), no campus Pampulha, vinculado ao Instituto de Geociências (IGC). Com a parceria, a UFMG passa a integrar o grupo de universidades públicas integrantes da rede NEPZAP, cuja missão é difundir e aprimorar a metodologia Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP) em Minas Gerais.
“Gostaria de começar manifestando minha satisfação de estar aqui entre duas outras mulheres. Estamos no final do mês da mulher, e a ocupação de espaços de poder ainda é um cenário raro”, sublinhou a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, que assinou o documento com as secretárias estaduais Ana Maria Soares Valentini (Seapa) e Marília Carvalho de Melo (Semad). Também participaram da cerimônia a professora Adriana Monteiro da Costa, que vai liderar o NEPZAP no IGC, o professor Luciano Baião Vieira, da Universidade Federal de Viçosa, coordenador do treinamento do ZAP na Secretaria de Agricultura, e demais gestores vinculados ao projeto.
Em seu pronunciamento, a reitora agradeceu aos representantes das instituições, relembrou a relevância do conceito de tríplice hélice da inovação – atuação conjunta de universidade, indústria e governo – e chamou atenção para uma ideia expandida, de hélice quíntupla, com a inclusão da sociedade civil e do universo da sustentabilidade, particularmente essenciais para a parceria que foi oficializada na cerimônia.
Apoio técnico qualificado
A metodologia ZAP foi criada para oferecer uma base de dados e informações para subsidiar o aprimoramento da gestão ambiental por sub-bacia hidrográfica, processo que envolve a elaboração de planos, projetos e ações capazes de gerar políticas públicas por parte do Governo de Minas. A ferramenta atua com foco na caracterização das potencialidades do meio físico, disponibilidade hídrica e no uso e ocupação do solo nos entornos das sub-bacias mineiras.
“Quando cheguei à UFMG, em 2010, queria buscar alternativas para o nosso trabalho com solo. Com o conhecimento do ZAP, veio a possibilidade de contribuir com respaldo científico, mas de maneira prática e aplicável para as políticas públicas”, explicou a professora Adriana Monteiro da Costa.
A secretária Ana Maria Soares Valentini revelou que o intuito de deslocar a sustentabilidade do discurso para a prática sempre foi para ela, que é ambientalista, motivo de grande inquietação. Ela disse ter encontrado um caminho quando direcionou seu olhar para a água, “o princípio de qualquer vida”, e ao descobrir o ZAP, em 2017. “A água vai mostrar todos os seus múltiplos usos, e essa ferramenta oferece um bom direcionamento. Ela nos possibilita envolver toda a comunidade na busca de soluções para os problemas."
Marília Carvalho de Melo celebrou as possibilidades que o acordo gera para potencializar o uso da metodologia em projetos de desenvolvimento local. “A partir deste momento, Minas Gerais ganha uma ferramenta muito importante. As pessoas precisam conhecer o ZAP, não apenas os produtores rurais. E o apoio das universidades fortalece as políticas públicas", defendeu.
Primeira entrega
“A nossa universidade é federal, mas está firmemente localizada em Minas Gerais, tanto que estamos aqui em Belo Horizonte, em Montes Claros, em Tiradentes e Diamantina, sempre ocupando os espaços de nosso estado. Estamos a serviço de nossa sociedade, prontos para colaborar em todas as áreas do conhecimento, especialmente nessa que é uma área de excelência aqui na UFMG”, destacou Sandra Goulart Almeida. “Esse termo de cooperação sela uma parceria que esperamos ser apenas uma entre muitas entre a Universidade e o Governo do Estado, pois estamos à disposição para cooperar com a implementação de politicas públicas.”
Pesquisadores de diversas áreas do Instituo de Geociências colaborarão com o núcleo, que ainda hoje entregou ao comitê gestor do projeto os resultados de sua primeira contribuição: a aplicação do ZAP na sub-bacia do Ribeirão Jequitibá, situada no Médio Alto Rio das Velhas – um dos principais afluentes do Rio das Velhas e, por consequência, do Rio São Francisco. Também participam da rede as universidades federais de Viçosa (campus de Rio Paranaíba) e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, com o campus de Diamantina.